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Coordenação parte em busca de recursos para dar continuidade ao SiMCosta

Programa realiza monitoramento ambiental em dezenas de cidades litorâneas

Ambientes costeiros e marinhos sofrem pressões resultantes da ocupação humana, aliada às mudanças climáticas ao redor do globo. O monitoramento ambiental é uma ferramenta que permite o aperfeiçoamento da coleta de dados, através de sistemas observacionais permanentes e multidisciplinares, a fim de avaliar alterações naturais e antrópicas nesses cenários.

Com sede no Instituto de Oceanografia da FURG e abrangência nacional, o Sistema de Monitoramento da Costa Brasileira (SiMCosta) visa a implantação e manutenção de uma rede de monitoramento em fluxo contínuo de variáveis oceanográficas e meteorológicas ao longo da costa brasileira.

Coordenado pelo professor Carlos Alberto Eiras Garcia desde sua criação em 2012, o SiMCosta é uma iniciativa da Subrede Zonas Costeiras da Rede Clima. Embora tenha recebido recursos iniciais do Fundo Clima/Ministério do Meio Ambiente (MMA) e do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), atualmente a coordenação e os coordenadores locais se veem na obrigação de buscar verba financeira para dar continuidade ao SiMCosta. “Houve mudança substancial já em 2017, quando o Fundo Clima/MMA nos solicitou um Plano de Sustentabilidade. O documento foi aprovado e recebemos R$ 2,6 milhões para dar continuidade, sob a condição de não mais solicitar recursos ao Fundo. A continuidade do SiMCosta, a partir de agora, vai depender da nossa capacidade em captar recursos financeiros dos setores público e privado, mantendo sempre a política estabelecida pelo SiMCosta: dados de qualidade gratuitos e de livre acesso aos usuários em geral. A parceria SiMCosta/Suprg/FURG/Faurg é um exemplo a ser seguido em outros estados”, afirma o coordenador.

Hoje o SiMCosta possui 12 plataformas flutuantes (boias) e 12 fixas, instaladas desde o Rio Grande do Sul até a Bahia. A política de implantação segue o princípio de uma boia por Estado, a não ser que haja recursos específicos para aquisição e manutenção de mais de uma boia. “São os casos do RS, onde temos cinco boias instaladas, e do Rio de Janeiro, onde foram instaladas duas boias”, explica Garcia. As plataformas fixas são estações maregráficas que já estão implementadas do Norte ao Sul do país.

No caso do RS, as boias estão no estuário da Lagoa dos Patos e costa adjacente devido ao Programa de Monitoramento da Dragagem do Canal de Acesso ao Porto do Rio Grande. Neste caso, três boias foram adquiridas com recursos do convênio Suprg/FURG/Faurg. No Estado do RJ, empresas portuárias são responsáveis pelo aporte de recursos para a manutenção das duas boias, cujos dados do SiMCosta são usados para especificar quais navios podem adentrar a Baía de Guanabara.

Estrutura

O SiMCosta é subdivido em módulos. Os módulos de Boias Fixas e Estações Maregráficas estão atualmente em implantação ao longo da costa brasileira. Os recursos humanos que atuam no SiMCosta estão espalhados pelo país, porém a maior concentração é na FURG, por ser a sede nacional. O SiMCosta conta, portanto, com equipes em vários estados brasileiros, que são denominadas de SiMCosta/FURG, SiMCosta/UFRJ, e assim sucessivamente.

Há mais de 25 profissionais envolvidos com o programa. A cada nova implantação de estação maregráfica ou boia meteo-oceanográfica, há pelo menos um novo integrante que pertence à instituição receptora de equipamentos. E cada integrante possui alguns estudantes ou técnicos que também participam do SiMCosta.

Dragagem

O Programa de Monitoramento da Dragagem no Canal de Acesso ao Porto do Rio Grande exigiu um esforço muito grande da equipe SiMCosta/FURG, devido à sua importância. “Nada parecido com o que está sendo feito em Rio Grande já foi feito em nível nacional”, garante o professor Garcia. “Ele é bem mais amplo do que a população imagina. É constituído de uma série de atividades; dentre elas, se destaca o sistema de cinco boias instrumentalizadas que fornecem de dados meteorológicos e oceanográficos ao Portal do SiMCosta. Esses dados são analisados e interpretados diariamente”, relata o professor. Além disso, a equipe coleta dados no campo em frequências que variam de semanal a mensal. Por exemplo, levantamentos dos bolsões de lama imersos na água entre as profundidades de 4 e 12 metros na região da praia do Cassino são realizados mensalmente.

A equipe SiMCosta/FURG percorre a praia a cada semana, desde os Molhes da Barra até o navio Altair, à procura de depósitos recentes. Imagens de satélites são utilizadas diariamente para visualizar a pluma da Lagoa dos Patos e a pequena pluma formada quando há despejo no sítio pelas dragas. Modelos hidrodinâmicos e de dispersão de sedimentos são usados para simular o trajeto a ser percorrido pelo material quando despejado no sítio de despejo, ou quando lançado pelas dragas no processo de overflow. Análises geoquímicas são realizadas com o material coletado, especialmente lama depositada na praia, para saber sua procedência. A elaboração de nota técnica ou relatório da equipe SiMCosta/FURG é dependente de todas essas atividades.

Assessoria de Comunicação Social FURG

Foto: Divulgação

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