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Tecnoestresse

Olá! Sou Raquel Silva Psicóloga e Professora.

Vocês já pararam para pensar sobre como o avanço da tecnologia pode estar afetando a nossa vida pessoal e profissional? Pois é, esse é um tema que tenho pesquisado desde 2021: o estresse nos docentes do ensino superior causado pelo uso das Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs).

Quem nunca se sentiu sobrecarregado ou frustrado com o uso excessivo das tecnologias? Parece que elas vieram para facilitar nossa vida, mas às vezes acabam nos deixando mais estressados do que nunca.

O uso constante das TICs pode levar a um estranhamento e a uma sensação de mal-estar. É como se a atividade laboral por meio dessas tecnologias exigisse um esforço cognitivo extra, sobrecarregando nossa mente.

De acordo com pesquisas recentes, o uso excessivo das Tecnologias da Informação e da Comunicação (TICs) pode gerar um fenômeno chamado tecnoestresse. Mas o que é isso? Basicamente, é um tipo de estresse que ocorre quando não conseguimos lidar adequadamente com as demandas da tecnologia. É quando sentimos que estamos em desequilíbrio, sem recursos suficientes para lidar com todas as tarefas e pressões que vêm junto com elas. É como se estivéssemos em uma montanha-russa emocional, com picos de tensão e ansiedade.

Segundo alguns estudiosos, o tecnoestresse é uma doença moderna de adaptação causada pela dificuldade de lidar com as novas tecnologias de forma saudável. É como se o nosso organismo entrasse em colapso diante de tantas demandas e mudanças tecnológicas. É como se a gente ficasse “estressado digitalmente”.

Um dos efeitos negativos desse estresse tecnológico é a sensação de mal-estar que ele pode causar, especialmente se você já não está muito acostumado com as ferramentas digitais. Além disso, a atividade laboral através das TICs pode levar à sobrecarga mental, o que pode acabar resultando em problemas físicos e emocionais, como alterações do sono, sensações de angústia, dores de cabeça e transtornos gastrointestinais.

Mas não é só isso! Com a pandemia, o uso das TICs aumentou ainda mais, especialmente no ambiente de trabalho. Muitos professores, por exemplo, tiveram que se adaptar rapidamente ao ensino remoto e isso pode ter gerado ainda mais estresse. E, quando retornaram ao trabalho presencial, uma nova adaptação ou readaptação precisou acontecer. Mas percebam, um organismo já estressado pelo impacto da pandemia, retorna ao trabalho presencial e precisa lidar com a própria adaptação além da adaptação de alunos e alunas, familiares, colegas… É claro que as consequências de todas essas mudanças serão sentidas por muitos anos.

Mas fiquem tranquilos, há algumas estratégias que podem nos ajudar a enfrentar o tecnoestresse. Uma delas é evitar o uso das tecnologias nos momentos de lazer, tentando realizar atividades físicas ou outras formas de distração. Também podemos buscar ajuda de suporte técnico para nos orientar sobre as ferramentas digitais. Para os empregadores, algumas dicas auxiliam na prevenção: reconhecer a doença, fortalecer a confiança profissional, entender e treinar os colaboradores individualmente.

Enfim, o tecnoestresse é um fenômeno real e que pode afetar nossa qualidade de vida. Por isso, é importante ficar atento e buscar maneiras de lidar com a tecnologia de forma saudável. Mas, caso você não esteja conseguindo enfrentar os sintomas sozinhos, procure ajuda de um profissional especialista (psicólogo, psiquiatras). A clínica-escola de psicologia da Faculdade Anhanguera Rio Grande, por exemplo, conta com estagiários e profissionais, egressos do curso, que prestam esse atendimento.

O estudo que estou fazendo é voltado para o tecnoestresse em professores do ensino superior. Mas é claro que outros profissionais também são acometidos pela sobrecarga emocional. Então, me responda: como está a sua relação com as TICs? espero que esteja aproveitando todos os benefícios que elas podem trazer, mantendo a qualidade de vida.

Para finalizar, vamos encarar as tecnologias de frente, sabendo dos desafios que elas podem trazer, mas também aproveitando os benefícios que elas nos proporcionam. E não esqueçam: mudar os hábitos faz bem, desacelerar quando possível e cuidar da saúde é primordial.

Raquel Silva – Psicóloga, Docente e Coordenadora do curso de Psicologia da Faculdade Anhanguera Rio Grande

Foto: Freepik

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