10 anos do Praça Shopping: entrevista com a Superintendente Laura Antonacci

Há 10 anos presente na cidade, o Praça Rio Grande Shopping, celebra neste mês, o seu aniversário. Unindo histórias, pessoas e momentos. O empreendimento tornou-se parte da cidade e com a vontade de fazer diferente, ousou. Acolheu, quando urgentemente, todos precisavam, por exemplo, se vacinar, cedendo seu espaço e trabalho em equipe. O Praça trouxe a inclusão na prática. E por isso, festeja, todos os dias, além de ser um centro de compras, ser o shopping do coração das pessoas.

Para entender um pouco sobre essa década do Praça, presente na cidade, conversamos com a rio-grandina, Superintendente do Praça Shopping, Laura Papaleo Monteiro Antonacci. Mulher, mãe, “papareia”, a Laura atua em frentes, que na maioria das vezes, são atribuídas ao público masculino. Demonstrar a importância do trabalho da mulher, também faz parte de sua história. Realizando diariamente seu trabalho que até então para o público em geral é desconhecido, por fazer parte dos “bastidores”, Laura, em conjunto com a sua equipe, é fundamental para que tudo aconteça.

E é por isso, que ao assoprar as “velinhas”, montamos o quebra-cabeça deste empreendimento que ganhou o coração dos rio-grandinos e do público da região. Afinal, nessa história tem protagonismo e união.

O Praça é um dos empreendimentos mais importantes da cidade, como tu te sentes estando à frente desse empreendimento e sendo uma liderança feminina?

O Praça é pioneiro em Shopping Center da cidade. É um gerador de empregos diretos e indiretos e fomenta a economia local. Já estou há sete anos no Praça e na Superintendência estou há dois. É uma honra estar à frente desse empreendimento, principalmente, por ser mulher, de ter esse olhar diferenciado. A mulher é mais detalhista- o que é importante para o lojista, para negociar e para atuar com os próprios funcionários. A comunicação interpessoal que temos ajuda muito, as mulheres costumam ter esse acolhimento tão essencial. E eu trabalho com a empatia.

O que foi mais marcante durantes esses anos no Praça?

O que foi mais marcante assim que eu assumi a superintendência há dois anos foi que eu pude ver a parceria da equipe, a força e a importância de ter uma equipe unida. Temos o marketing, operacional, segurança, financeiro, comercial, todos eles trabalham juntos em prol do crescimento do shopping, e isso dá um respaldo para a superintendência que é muito importante.

O Praça ressignificou e vem ressignificando o conceito de que Shopping é apenas voltado ao comércio, atuando com iniciativas de solidariedade para a comunidade. Este modo de atuar mais humanizado, é uma escolha diária. Como percebes isso?

O conceito de Shopping Center vai além apenas do comercial, do consumo e venda de produtos e serviços. É passar a experiência, agregar experiência para o cliente, para o consumidor. Oferecendo uma boa experiência para o cliente, desde o momento que ele chega, consegue estacionar com facilidade, encontra um ambiente limpo, climatizado, seguro, e que consiga encontrar diversas lojas, operações variadas com serviços e produtos.

Como por exemplo, vai passando a farmácia, depois no mercado, consome na praça de alimentação, consegue fazer tudo num único lugar. Também faz parte dessa experiência, ter um passeio completo, um passeio para a família. Então conseguir trazer toda a família junto, enquanto as crianças brincam, poder ir ao cinema com a família toda. Então, esse conceito de apenas o comércio, apenas o consumo, a venda de produto, ele não é mais o foco tão importante, ele acaba sendo uma consequência do todo, que é vir até o shopping. Ter uma experiência, fazer um passeio de família, para nós, isso é muito mais importante.

Qual a fórmula para manter-se estável por 10 anos em um cenário tão desafiador?

O shopping acredita em se renovar e em renovar as oportunidades, né? Então, além do conceito de apenas uma loja com produtos, mercadorias, serviços, a gente também tem essa oportunidade. Demos a abertura para players de negócios. Atualmente, temos um call center instalado de uma empresa de internet e uma empresa de comunicação.

A AMAR (Associação de Pais e Amigos dos Autistas de Rio Grande) tem a sua sede no Praça Shopping. E foi o primeiro empreendimento a sinalizar o estacionamento para pessoas com autismo. O olhar inclusivo é uma preocupação? E de que forma vocês atuam para que a inclusão seja presente nas lojas, nos atendimentos, etc.?

O shopping sempre teve essa preocupação com o atendimento do cliente e a inclusão, principalmente. Sempre tivemos esse comprometimento com a comunidade, com a inclusão. Nós sempre fizemos o Cine Azul no cinema, que é uma sessão inclusiva para autistas. Então, a oportunidade de trazer a AMAR só veio para assinar embaixo da nossa intenção em tornar o shopping o mais inclusivo possível.

Nós fazemos treinamentos constantes com a nossa equipe, principalmente, com o setor de segurança, que está no dia a dia do shopping e que lida diretamente com o público. Realizamos treinamentos para que nossos funcionários saibam como lidar, como agir em certas situações, aprender a identificar o nosso público e saber como prestar o melhor serviço para ele.

Realizamos treinamento com os lojistas, mantendo cuidado no atendimento. Temos placas de identificação de prioridade, nas lojas, por exemplo. O estacionamento preferencial facilita para que todos se sintam pertencentes ao shopping, confortáveis de vir. E focamos que todos sejam bem atendidos desde o momento que entram até o momento da sua saída.

Dentro do Praça milhares de pessoas já foram vacinadas. Uma ideia até então incomum e que não só agradou o público mas também promoveu um bem para toda a comunidade. É possível calcular o bem que foi e que é feito com essas ações de vacinação aqui dentro? De onde partiu essa ideia? E quais foram os principais desafios para viabilizar essas ações?

O município estava vivendo o início de uma vacinação, então, nós vimos essa preocupação e nos disponibilizamos. Fomos até a Secretaria de Saúde, disponibilizamos a estrutura do shopping para facilitar a chegada da vacina até a comunidade. Iniciamos no drive, e dessa forma, era possível fazer toda a vacinação utilizando o nosso espaço de estacionamento e a nossa estrutura de segurança. Montamos um Comitê Operacional que ali ele ficava responsável por isolar toda a área. A vacinação envolvia estacionamento, segurança, o pessoal do operacional, a administração, o marketing. Isolávamos aquela área (de vacinação) e fazíamos com que a estrutura fosse voltada para aquilo, para justamente trazer esse conforto para o cliente, para a população e prestar esse serviço. Auxiliando a prefeitura a prestar esse serviço tão importante para a comunidade.

 E depois desse formato drive, quando foi permitido realizar a vacinação nos espaços, nós utilizamos o nosso espaço solidário para este momento.

Fizemos esses dois formatos, o drive, depois uma vacinação presencial também e esse formato segue até hoje. Quando tem a necessidade da Secretaria de Município da Saúde entra em contato conosco e nós cedemos esse espaço. É um prazer prestar esse serviço para a comunidade.

O Praça possui uma identificação com a cidade, notada na sua estrutura e com a presença de empreendedores locais. Como é fazer parte de um empreendimento que respeita e valoriza a cidade?

O Praça sempre teve essa identificação com a cidade. Chamamos que é o shopping do coração da cidade. O cliente se sente acolhido aqui dentro. Temos essa preocupação com a valorização, tanto do artista local, quanto do empreendedor local. Muitas das nossas operações são de empreendedores locais. Vemos nisso uma sensação de pertencimento muito grande. E também da valorização do artista.

Nós lançamos, por exemplo, nos nossos 10 anos, o nosso mascote. E ele foi feito também por artistas locais: o Lorde Lobo que idealizou e o ateliê do Carlo e do Valmir que fizeram a estrutura do nosso mascote. Temos essa preocupação porque é um shopping que abraça a cidade, é o palco da cidade para também expor os talentos que nós temos aqui e temos toda a identificação da estrutura local.

O Praça possui uma ambiência inspirada no Porto, na área marítima, área naval, inspirada no Porto, na questão marítima do Rio Grande. As bandeiras do navio, o convés, uma ambientação inspirada na maior riqueza da cidade, que é o Porto. Temos essa parceria com a prefeitura. A identificação do shopping com a cidade, é algo já tão genuíno, desde a sua instalação aqui. Tivemos também um acordo, junto com a prefeitura, de ter no nosso espaço, o Belas Artes, uma escola centenária, um patrimônio cultural da cidade que conta com 1.200 alunos. Oferecendo formação artística em balé, artes, música, pintura e desenho.

Quais os desafios para os próximos 10 anos?

A gente vai continuar proporcionando experiências para as pessoas. Nosso desafio vai ser permanecer conectando as pessoas, o que a gente sabe fazer de melhor. O mercado humano vai continuará existindo. O público vai continuar vindo comemorar o aniversário de casamento, trazendo os filhos e a família.

O mercado é muito dinâmico e acreditamos que devemos nos adaptar, cada vez mais, às mudanças. O mercado vai continuar trazendo experiência para o cliente, um ambiente confortável, de pertencimento e que faça com que eles se sintam cada vez mais, no shopping do coração, o shopping da família. Queremos continuar levando uma experiência que vai além do consumo que é o passeio da família. Acreditamos que isso vai permanecer para os próximos 10 anos, sendo o shopping do coração da cidade.

Vamos ampliar o nosso mix, com cada vez mais oportunidades para o empreendedorismo, valorizando os nossos lojistas e trazendo outros. Agregando novos lojistas locais. Prestigiando, principalmente, o empreendedor local.

Jornalista Thuanny Cappellari/RIO GRANDE TEM

Foto: Thuanny Cappellari

 

Clique aqui e participe do nosso Canal de Notícias no WhatsApp