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Saúde lança campanha para incentivar a doação de leite materno

Objetivo é sensibilizar lactantes para a doação, sobretudo na pandemia

Foi lançada hoje (19) a Campanha Nacional de Doação de Leite Materno 2021. Em evento online, promovido pelo Ministério da Saúde, a pasta e organismos internacionais defenderam a ampliação dessa prática para atender à demanda no país.

O Brasil conta com 222 bancos de leite materno e 220 pontos de coleta. Em 2020, foram doados 229 mil litros de leite materno por 182 mil mulheres. Esses números marcaram um aumento de 2,7% em relação ao ano anterior.

Mas de acordo com o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, esse quantitativo representa apenas 64% do que seria necessário. “É preciso avançar ainda mais. A pandemia exige que muitos esforços sejam adotados para garantir informações qualificadas sobre a doação do leite materno”, disse.

“O leite humano é a 1ª vacina que a criança recebe. Nestes tempos que estamos dedicando às vacinas que nos permitirão superar essa grave crise sanitária, devemos lembrar da importância do leite humano”, acrescentou a presidente da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Nísia Trindade.

Cristina Albuquerque, do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), destacou a importância de ampliar a divulgação junto às mulheres para angariar mais voluntárias para a doação de leite materno.

“Temos não só que avançar nesta sensibilização para a doação do aleitamento materno, porque sem ele não há doação, e envolver não só as mulheres. Aqui o Unicef está trabalhando cada vez mais com a ideia de parentalidade”, disse a representante do Unicef.

O diretor da Agência Brasileira de Cooperação, embaixador Rui Pereira, lembrou que o Brasil teve papel fundamental na criação da rede global de bancos de leite materno, já que o país iniciou a implantação dessas estruturas em 1943.

“Este é um exemplo exitoso da cooperação sul-sul resultando na criação da rede global de banco de leite humano. A rede global é pedra fundamental na articulação de estados em prol da saúde global”, disse.

A campanha contará com peças de divulgação em veículos de comunicação e redes sociais. As peças, exibidas no evento de lançamento, apontam a importância da doação de leite materno e seu impacto na saúde pública.

Abastecimento de bancos de leite cai em 20 estados e no DF

Levantamento realizado pela Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) mostra que a pandemia de covid-19 causou queda no abastecimento dos bancos de leite humano em 20 estados e no Distrito Federal. 

Segundo a entidade, desde o início da pandemia, em março de 2020, observou-se uma queda considerável nos estoques de bancos de leite em todo o país. A Febrasgo destaca que o pior caso ocorreu no Rio Grande do Norte, que chegou a ter o seu estoque zerado.

“É fundamental ressaltar a importância da doação de leite e a procura do banco de leite por parte das mães que estão com dificuldade de amamentar. A manutenção de bebê saudável diminui o risco de complicações e comorbidades”, ressaltou a presidente da Comissão Nacional Especializada em Aleitamento Materno da Febrasgo, a médica Silva Piza Ferreira Jorge.

Os benefícios da doação de leite não se restringem apenas aos bebês. As doadoras também são impactadas pelo ato de doar. “As mamas completam seu desenvolvimento com os processos fisiológicos que envolvem a amamentação. Esse ciclo é muito importante favorecendo a prevenção de doenças mamárias e o câncer de mama”, acrescentou Silva.

O Brasil possui a maior e mais complexa rede de bancos de leite humano do mundo. Segundo a Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano (rBLH), o país dispõe de 224 bancos e 216 pontos de coleta, que podem ser encontrados aqui. ( https://rblh.fiocruz.br/localizacao-dos-blhs)

Benefícios

A amamentação é considerada uma das principais ações com impacto para redução da mortalidade e morbidade neonatal e infantil. O leite materno dá proteção para doenças diarreicas, infecções respiratórias, diminui o risco de diabetes e obesidade na criança, e é um alimento que contém todas as propriedades nutritivas e imunológicas que a criança precisa. Os benefícios também se estendem à saúde da mulher: oferece uma proteção maior contra o câncer de mama, de ovário, além de propiciar que o corpo da mulher retorne mais rapidamente ao que era antes da gestação.

Agência Brasil

Foto: Agência Brasília

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