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RS encerra participação na COP27 reafirmando compromisso climático

RS e demais estados do Codesul firmaram parceria na COP27 para atuar em bloco contra a crise climática

O Estado do Rio Grande do Sul finalizou, nesta terça-feira (15/11), a participação na 27ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP27), no Egito, reafirmando seu compromisso em atingir a neutralidade de carbono até 2050. A última agenda da missão internacional foi a assinatura do termo de cooperação entre RS e CDP (Carbon Disclosure Project), uma plataforma que monitora como municípios e Estados estão trabalhando para atingir as metas estabelecidas.

Durante a assinatura, a secretária do Meio Ambiente e Infraestrutura, Marjorie Kauffmann, observou que municípios, empresas, Estados e instituições individuais podem acessar a plataforma e enviar seus relatórios de emissões e suas metas. “Essa ferramenta também dá acesso a importantes órgãos de financiamento, conectando atores para que a política climática seja de fato global e inclusiva”, afirmou. O secretário da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural, Domingos Velho Lopes, e o promotor de Justiça Daniel Martini assinaram o termo como testemunhas.

Rebeca Lima, diretora-executiva do CDP para a América Latina, celebrou a parceria destacando o potencial da cooperação. “É um passo muito importante não só de cooperação entre sociedade civil e governos subnacionais, mas referente ao enfrentamento da crise climática, para ações de mitigação, de adaptação, de implementação das metas e, principalmente, de apoiar o estado a engajar com alguns atores dentro da sua jurisdição, como empresas e municípios”, disse Rebeca. O CDP é uma organização internacional sem fins lucrativos fundada em 2000, na Inglaterra, por um grupo de cientistas que identificou a falta de informações sobre o clima para a tomada de decisão dos investidores.

Antes do ato, a secretária Marjorie representou o governador Ranolfo Vieira Júnior no evento De Glasgow a Sharm El-Sheikh: avanços na Campanha Race to Zero no Brasil e novos investimentos, organizado pela Embaixada do Reino Unido no Brasil, em conjunto com o Instituto Clima e Sociedade e o CDP Latin America, apoiado pela ACA Brasil. O objetivo do evento foi reconhecer os avanços de descarbonização dos estados que aderiram à campanha Race to Zero no Brasil, como é o caso do Rio Grande do Sul.

Sobre a participação do Estado na COP27, os secretários da Sema e da Agricultura avaliaram como positiva e produtiva.

“Foi um momento diferente para o Rio Grande do Sul. Iniciamos a nossa participação na agenda climática de forma mais efetiva no ano passado, na COP26, mas neste ano estivemos presentes em painéis sobre energia juntamente com o Ministério do Meio Ambiente. Demonstramos como o RS está a avançar e conhecemos estratégias públicas e privadas. A COP27 é de muito aprendizado”, disse a secretária Marjorie.

“Foi um momento raro em que a agricultura, pecuária e atividade de florestas plantadas puderam mostrar que elas fazem de fato parte da solução dos efeitos de emissão de gases de efeito estufa. E ficou evidenciado que a nossa participação ativa na agricultura de baixo carbono no RS e no Brasil é um exemplo para o mundo”, afirmou o secretário Lopes.

Essa foi a primeira vez que as duas secretarias estiveram juntas em uma Conferência do Clima.

Abema na COP27

Na segunda-feira (14/11),o Rio Grande do Sul esteve presente no lançamento de um relatório (roadmap) desenvolvido pela Associação Brasileira de Entidades Estaduais de Meio Ambiente (Abema) – que congrega secretarias, autarquias e fundações ligadas à pauta ambiental.

A plataforma digital foi construída coletivamente e nela constam os compromissos e ações dos estados para o desenvolvimento da agenda climática. O relatório reúne informações e estabelece os caminhos necessários para se atingir as metas de redução de gases de efeito estufa.

No mesmo evento, houve o lançamento da 5ª edição da Revista Abema, um periódico em que o Rio Grande do Sul colabora. A reportagem do Estado, disponível nas páginas 88, 89 e 90, trata sobre como Licenciamento Ambiental auxiliou o Rio Grande do Sul na retomada econômica.

Os materiais estão disponíveis no site da Abema. A revista contou com uma publicação especial, em inglês, devido à COP27.

O evento aconteceu no estande do Brasil e contou com a participação do ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite; do governador de Mato Grosso, Mauro Mendes; da presidente da Abema, Mauren Lazzaretti; do presidente do BNDES, Gustavo Montezzano; da secretária de Meio Ambiente de Pernambuco e coordenadora da Câmara Técnica de Clima da Abema, Inamara Melo; além de secretários de Estado e presidentes de fundações e autarquias.

No mesmo dia, houve uma série de apresentações com temas relacionados à agricultura de baixo carbono, segurança alimentar e clima, agropecuária e meio ambiente. A secretária Marjorie e o secretário Domingos acompanharam as palestras.

Uma das atividades foi o painel que teve como palestrante o Prêmio Nobel da Paz Rattan Lal, uma das maiores autoridades mundiais em saúde do solo e diretor da Universidade de Ohio – Estados Unidos. Ao final da palestra, Lal reforçou que “a agricultura sul-americana será responsável pela paz mundial e o plano de saúde do solo e de agricultura de baixo carbono brasileira é modelo mundial a ser seguido pelos países com agricultura responsável”.

“Muito felizes com os nossos resultados, porque conseguimos consolidar o Rio Grande do Sul como um Estado com agropecuária diversificada sustentável produtiva e responsável com os compromissos assinados e com a questão da resiliência quanto ao aquecimento global”, disse Lopes.

Protocolo Codesul

Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e Mato Grosso do Sul firmaram uma parceria na COP27 para atuar em bloco contra a crise climática. Os estados fazem parte do Conselho de Desenvolvimento e Integração (Codesul). O Protocolo de Intenções foi assinado no sábado (12/11) e contou com o apoio do Iclei-Governos Locais para a Sustentabilidade.

A iniciativa prevê o fortalecimento da cooperação para incluir a variável climática nos processos decisórios dos estados do bloco, por meio da constituição de um sistema integrado e permanente de informações climáticas e do compartilhamento das bases de dados e de conhecimento para inovação e boas práticas.

“O tema de casa que fica dessa COP é seguirmos evoluindo nas iniciativas que compõem o nosso plano de ações climáticas, em cima das nossas possibilidades dentro das cadeias energética e produtiva. Além disso, vamos fortalecer os laços com o Codesul e seguir avançando para que na COP28 possamos estar ainda mais presentes, atuantes e que sejamos protagonistas em agricultura de baixo carbono como oportunidade de investimento, não só de modelo produtivo”, afirmou Marjorie.

SECOM RS

Foto: Vanessa Trindade/Sema

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