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Pesquisa MentalCovid divulga resultados de duas etapas do projeto

Estudo analisa o impacto da pandemia sobre a saúde mental da população do Rio Grande do Sul e Santa Catarina

Iniciada em setembro de 2020, a pesquisa “MentalCovid” tem o objetivo de analisar o impacto da pandemia na saúde mental da população. O estudo, realizado nos estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, é conduzido pela FURG em conjunto com a Universidade do Extremo Sul Catarinense (Unesc). A proposta contempla cinco estudos, aplicados de maneira simultânea. Agora, os pesquisadores divulgam os primeiros resultados para dois destes estudos, voltados a adultos e idosos da zona urbana de Rio Grande e Criciúma.

Os outros três estudos que compõe a pesquisa ainda se encontram em andamento, os quais contemplam a pesquisa com idosos na zona rural de Rio Grande, a pesquisa com universitários da FURG, e a pesquisa com alunos do ensino médio do IFRS.

Coordenado pelos professores epidemiologistas Samuel de Carvalho Dumith, Antônio Augusto Schafer e Fernanda de Oliveira Meller, o estudo recebeu o financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (Fapergs) e conta com uma equipe formada por diversos pesquisadores e doutorandos de ambas instituições participantes.

Adultos e Idosos na Zona Urbana

A iniciativa se propôs a analisar o impacto provocado pela pandemia sobre a saúde mental da população, tanto de Rio Grande quanto de Criciúma. Ambos municípios foram escolhidos pela proximidade em número de habitantes e, também, por terem sido abordados em pesquisas anteriores. “Pra avaliar o impacto, precisamos de uma medida anterior (pré-pandemia) e outra posterior (durante ou pós-pandemia). Já havíamos feito um inquérito populacional nestes dois municípios nos últimos cinco anos. Portanto, resolvemos reproduzir as duas pesquisas”, explica Samuel.

Observações iniciais e constatações

Na prática, o estudo se baseou em informações coletadas por entrevistadores treinados, em comparação com dados previamente cadastrados durante cinco estudos realizados desde 2016 sobre o tema. Para a nova pesquisa, de outubro de 2020 a janeiro de 2021, foram entrevistados 2.170 indivíduos, com 18 anos ou mais, em mais de mil domicílios. “Para as pessoas mais afetadas pela pandemia, observou-se maiores níveis de depressão, estresse, tristeza e ideação suicida”, aponta o relatório de divulgação da pesquisa.

De acordo com os pesquisadores, o que esteve associado com o pior quadro de saúde mental não foi a infecção pelo coronavírus. Entre os indivíduos diagnosticados com a doença, não houve nenhuma diferença nos escores de depressão e estresse quando comparados àqueles que não tiveram. A pesquisa constata, portanto, que o fator que debilitou – e continua debilitando – a saúde mental das pessoas durante a pandemia é o medo e a preocupação em pegar o vírus, e não tanto a infecção por si só.

Aliado ao medo e à preocupação com o risco de contaminação, existem ainda outros dois elementos importantes, que também estiveram fortemente associados com maior sofrimento psicológico: a busca excessiva por informações (denominado de infodemia) e o distanciamento social. As pessoas que não saíram de casa na maior parte do tempo, foram aquelas com níveis de estresse, depressão, ideação suicida e sentimento de tristeza mais elevados.

Assessoria de Comunicação Social da FURG

Foto: FURG

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