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FURG assina acordo de colaboração científica com a Universidade de Lisboa

Ação visa a desenvolver atividades acadêmicas de pesquisa na região antártica

O Instituto de Oceanografia (IO) FURG e a Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (ULISBOA), Portugal, firmaram um acordo específico de colaboração científica para estudantes de graduação e pós-graduação e servidores, celebrado através da reitora Cleuza Maria Sobral Dias e do reitor Luís Manuel Pinto da Rocha Afonso Carriço. A cooperação, viabilizada a partir do Acordo Geral entre FURG e ULISBOA assinado em 2019, possibilita promover o desenvolvimento acadêmico e a colaboração em pesquisa no âmbito do programa científico EcoPelagos.

Com a intenção de facilitar os intercâmbios e o desenvolvimento de projetos de pesquisas identificados entre as instituições dentro de áreas do conhecimento como Ciências do Mar, Oceano Austral e Antártica, o professor do IO da FURG e chefe do Laboratório de Fitopâncton e Microorganismos Marinhos, Carlos Rafael Borges Mendes, tomou a iniciativa de firmar no papel um convênio específico com ULISBOA, visto que já estavam sendo desenvolvidos alguns projetos de pesquisas entre as duas partes, juntamente orientados com a professora do Departamento de Biologia da Faculdade de Ciências da ULISBOA e também coordenadora do convênio, Vanda Costa Brotas Gonçalves.

A motivação para essa formalidade na cooperação se deu devido a uma relação de proximidade do professor do IO da FURG com a instituição portuguesa. Carlos Rafael nasceu em Portugal e teve a oportunidade de desenvolver seu mestrado e doutorado na ULISBOA. Assim que chegou no Brasil, o professor fez parte de seu sanduíche na FURG, onde mais tarde se tornaria professor no IO da universidade. O docente diz que a formação em Oceanografia que recebeu no Brasil foi essencial, fazendo toda a diferença em sua formação profissional e acredita que esse acordo terá uma relação efetiva de reciprocidade e de troca entre as instituições brasileira e portuguesa devido ao fato de cada universidade ter suas peculiaridades de ensino. “Em Portugal encontramos um centro de excelência em Biologia Marinha, mas não existe muito essa formação em Oceanografia que temos aqui na FURG, então esse intercâmbio é muito importante”, expõe.

Sobre o acordo

O documento está centrado no projeto de pesquisa Respostas do ecossistema pelágico às mudanças climáticas no Oceano Austral (EcoPelagos), o qual faz parte do Grupo de Oceanografia de Altas Latitudes da FURG, trabalhando no âmbito do Programa Antártico Brasileiro (Proantar). Esse projeto tem como objetivo principal avaliar as comunidades biológicas do ambiente pelágico e como elas estão conectadas umas com as outras, bem como estudar como essa região está sofrendo alterações climáticas. “Esse intercâmbio entre Portugal e Brasil, nesse âmbito do Proantar, é muito importante, porque Portugal não tem um programa antártico tão desenvolvido quanto o brasileiro”, afirma o professor Carlos.

O docente teve a oportunidade de desenvolver parte do seu doutorado na região antártica devido a esse intercâmbio entre Portugal e Brasil, dentro do Proantar, e acredita que, em termos de ecologia, as atividades desenvolvidas nos dois países necessitam uma da outra. “Aqui (Brasil) nós fazemos as coletas e analisamos as amostras aqui no laboratório e eles (Portugal) trabalham mais com assessoramento remoto com satélite. São duas coisas bastante complementares.”, diz Rafael.

Ainda lembra da importância de facilitar as oportunidades para futuros pesquisadores dentro desse acordo. “É importante para permitir que jovens pesquisadores portugueses tenham acesso a Antártica de outra forma que não teriam, uma vez que Portugal não tem um Programa Antártico desenvolvido.” e conclui “Esses intercâmbios internacionais abrem muitas portas e nessa área de graduação jovens querem caracterizar bem sua formação em termos acadêmicos. É um envolvimento muito legal de todos com a ciência como um todo envolvendo a parte pessoal e profissional”.

Perspectivas

Em razão da pandemia do coronavírus (Covid-19), as atividades de campo a partir do Proantar foram canceladas durante esse ano, estando previsto a retomada em outubro de 2021. “Estamos fazendo uma previsão para uma campanha logo em outubro, tanto para essa parte de campo, quanto intercâmbios e viagens”, explica Rafael.

Segundo o coordenador do acordo, espera-se como resultado dessa cooperação a divulgação científica de artigos produzidos em conjunto, experiências de campo para estudantes portugueses e brasileiros, participação com orientação de Brasil e Portugal em trabalhos acadêmicos, além do professor estar programando ministrar disciplinas em ULISBOA sobre o sistema antártico e declara sobre a participação na criação do acordo ser gratificante “Eu sendo um português trabalhando agora aqui no Brasil, fico bem feliz de poder firmar esse tipo de acordo e dar possibilidade a outros alunos e pesquisadores que possam vir”.

A FURG firmou o Acordo Geral com ULISBOA no ano de 2019 e esse acordo mais específico possibilitará aprimorar as suas relações de internacionalização e viabilizar um espaço no âmbito internacional de pesquisa. O professor do IO da FURG salienta a importância de os professores da instituição buscarem essa cooperação internacional em suas áreas de atuação. “A maioria dos professores acaba não indo para essa parte burocrática, mas centralizar na Reinter toda a informação de acordos internacionais e criar uma logística com esses acordos que seguem os trâmites normais é que pode ter um rendimento forte dessas relações internacionais”, finaliza.

Assessoria de Comunicação Social da FURG

Foto: Divulgação/Redes Sociais/Universidade de Lisboa

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