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Em audiência em Brasília, Prefeito contesta novo modelo que aumenta pedágios da região

O Prefeito Fábio Branco esteve, nesta sexta-feira (11) em Brasília, para participar de uma audiência pública da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) a respeito da nova proposta de pedágios que pode impactar ainda mais a região sul. Branco esteve acompanhado de uma comitiva de vereadores e de representantes de caminhoneiros e criticou o estudo que propõe um modelo que considera ainda mais prejudicial para o desenvolvimento da região.

O mais recente estudo da ANNT aponta um novo leilão para as rodovias federais gaúchas, no qual, além da BR-290 e da nova ponte do Guaíba, os novos polos irão abranger trechos da BR-116, entre Camaquã e Guaíba, e das BRs 392 e 158, importantes corredores de exportação da produção do noroeste gaúcho, direcionados até o Porto de Rio Grande. Em termos de valores, a tarifa inicial prevê custo de R$ 11,54 para pista simples, e até R$ 16,15 para trechos em pista dupla. Isso seria para automóveis simples e os preços para caminhões, diferenciado por eixos, seria ainda maior, afetando diretamente as cidades ao sul do estado, especialmente Rio Grande.

Em seu discurso, Branco reafirmou ser a favor das concessões, mas disse que o atual modelo, o primeiro adotado no Rio Grande do Sul, há mais de 20 anos, está penalizando a região, e prejudicando diretamente o desenvolvimento.

“E sou a favor das concessões, sempre fui favorável às concessões. Mas nós somos penalizados pelo modelo, que foi um dos primeiros do Brasil, o primeiro do Rio Grande do Sul e que ao longo desse período trouxe muitos prejuízos à nossa metade sul. Cerca de 80% da receita daquele pedágio do Porto é dos caminhões. Quem vai pagar essa conta é o produtor, é o consumidor. O contrato tem uma taxa de retorno muito alta, o que acontece há mais de vinte anos. Se isso pudesse ter sido revisto, muitos investimentos poderiam ter ido pra lá. Muitas cargas não deixariam de utilizar o Porto de Rio Grande para utilizar o Porto de Santa Catarina. Não tenho nada contra, mas estamos sendo penalizados por ter uma política pública de um pedágio que é o mais caro do Brasil e um dos mais caros do mundo, porque essas cargas vão para outros portos”, afirma.

Além disso, o prefeito pediu que um novo modelo fosse pensado com foco no desenvolvimento, e trouxe exemplos dos impactos dos altos preços praticados nas rodovias da região no Porto do Rio Grande. “Temos hoje os melhores terminais de contêineres do Brasil, mas eles estão operando hoje com a carga de 2002. Isso porque muitas cargas manufaturadas que precisam dos contêineres estão indo para outros portos”, comenta.

Neste contexto, Branco pediu um modelo mais justo de tarifas, a exemplo do que ocorre em Santa Catarina, para que “uma estrada não pague pela outra”. Considerando o atual sistema como injusto com a região, que carece de maior investimento e atenção por parte do governo, o Prefeito apresentou alternativas.

“Em vez de apenas querer arrecadar dinheiro com o pedágio, que o governo subsidie alguns trechos, que são para gerar desenvolvimento. Isso é uma política pública, é gerar emprego, renda e desenvolvimento. É olhar para um porto que pode trazer novos empreendimentos e investimentos, trazer riqueza e oportunidade para todos nós”, ressalta.

Por fim, o chefe do Executivo Municipal acrescentou pedindo que a análise não fique apenas concentrada nos números dos valores arrecadados pelo atual sistema, que leve em consideração que o novo aumento irá afastar caminhões e veículos dessas estradas, e seja feito um debate muito mais amplo sobre o tema.

“Os caminhões vão para outra região e então a receita vai cair. É o que acontece na maioria das vezes nos pedágios com esses valores, vai gerar um desequilíbrio econômico. Precisamos ter muito mais diálogo, muito mais audiências públicas para debatermos esse tema, porque esse modelo apresentado vai falir o estado do Rio Grande do Sul.

Assessoria de Comunicação Social Prefeitura Municipal do Rio Grande

Foto: Divulgação

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