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Dia da Visibilidade Trans foi comemorado nesta sexta-feira (29)

Em Rio Grande, Programa de Atenção Integral à Saúde da População LGBTI atende cerca de 70 pessoas

O Dia da Visibilidade Trans foi comemorado nesta sexta-feira, 29 de Janeiro. Em Rio Grande, a Lei nº 8.246 de 2018 criou a Política Municipal de Atenção Integral à Saúde da População LGBTI , além de um Programa de Atenção Integral à Saúde da População LGBTI. O Programa inclui cuidados com a saúde como um todo, tanto física, como mental e social. Além de Rio Grande, apenas Porto Alegre e Canoas avançaram nessa proposta. Nesta data também assumiu o trabalho à frente da unidade a nova coordenadora do Programa, Natasha Mirapalheta Cardoso Nunes, mulher trans.

Ao assumir a unidade exatamente nesta data, 29 de Janeiro, Natasha destacou se tratar de um cargo que assume com muita propriedade, a de quem vive a causa na pele. “É um trabalho que assumo com muita propriedade, tanto profissional – como técnica de enfermagem formada há 14 anos – como enquanto sujeito LGBT que sou, e portanto, trago comigo um olhar acolhedor e de propriedade, de quem sabe e vive isto dia a dia, e reconhece as necessidades de um coletivo”, enfatizou.

A nova coordenadora também falou sobre o compromisso da administração municipal com a pauta LGBT, destacando que será um trabalho de continuidade e aprimoramento. “Nós fazemos uma avaliação positiva do programa ao longo dos anos da sua existência. É um trabalho que já é assíduo e bem efetivo dentro da rede de políticas públicas da saúde LGBT, ao qual a nova gestão vem dando continuidade para aprimorá-lo, acreditando no trabalho, pois reconhece a importância da equidade dentro da saúde. A projeção é de realizar um trabalho com muito diálogo, compreensão, impulsionando o que já vem sendo realizado numa perspectiva positiva. Isso é fundamental”, destacou.

Ambulatório LGBT de Rio Grande

No Programa de Atenção à Saúde LGBT está incluso o atendimento via Ambulatório LGBT, composto por uma equipe multiprofissional. No ambulatório há a disponibilização do tratamento de hormonioterapia, iniciado em 2018, e que funcionava dentro da Unidade Básica de Saúde da Santa Tereza. Em novembro de 2019, o ambulatório ganhou novo espaço, no próprio prédio da Secretaria de Município da Saúde, o que possibilitou a qualificação e ampliação dos serviços oferecidos

Com o novo local, o público passou a ter aliados ao tratamento médico de hormonioterapia, acesso a serviços de Psicologia, Nutrição, Assistência Social, Enfermagem, além de acompanhamentos nas formas de grupo e uma equipe multiprofissional, preparada e sensibilizada para atuar com as necessidades específicas dos pacientes.

O psicólogo Marcelo Bastos, que atende neste espaço, falou sobre a importância do trabalho via Programa. “Pensar a saúde dessa população é pensar em todos os determinantes sociais do processo saúde e doença, como cidadania, asseguramento direitos, respeito, acesso aos serviços de saúde e educação e emprego, o que só será possível saindo da invisibilidade e considerando as suas especificidades”, disse.

O profissional também acrescenta que acompanhar familiares da população LGBT, suas redes de afeto, suas dúvidas, seus temores e suas dificuldades, também é uma perspectiva de produção de saúde via acolhimento. Mas assinala que o processo não é somente fisiológico e pede que se lance luzes sobre preconceito, aceitação, possibilidades de empregabilidade e dignidade. “Possibilitar o processo transsexualizador de forma responsável, com acompanhamento clínico e psicológico é um caminho”, conclui.

Assessoria de Comunicação PMRG

Foto: Divulgação PMRG

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