Notícias

Chuvas recentes podem comprometer produtividade da soja no Rio Grande do Sul

A semana de umidade e temperaturas elevadas contribuiu para o bom desenvolvimento da soja, que atinge 23% das lavouras em enchimento de grãos, 45% em floração e 32% em desenvolvimento vegetativo. De acordo com o Informativo Conjuntural divulgado pela Emater/RS-Ascar nessa semana, em geral as plantas apresentam bom desenvolvimento, com aspecto visual de lavoura parelha, camuflando os locais de menor densidade de plantas. Nos locais onde as precipitações foram mais intensas, como nas regiões Sul, Campanha e Fronteira Oeste, o grande volume de chuvas nas últimas semanas afetou as lavouras localizadas em várzeas e em locais próximos aos cursos de água, onde o solo ficou encharcado por muitos dias, comprometendo a produção e a produtividade nesta safra.

Essas regiões atingidas pelas enxurradas representam 18% da área de soja no estado e os produtores que contrataram seguro agrícola serão acompanhados até o período de colheita para quantificação das perdas e tomada de decisão quanto ao acionamento do seguro.

Nas lavouras no Norte, os produtores de soja estão com problemas para aplicar fungicidas e inseticidas. Os intervalos entre aplicações de fungicidas, próximo a 20 dias, propiciam aumento da incidência da ferrugem asiática e de percevejos. A orientação técnica é de aplicação de fungicida o mais cedo possível, antes do fechamento da soja, com intervalos de reaplicação diminuídos conforme o clima.

A cultura do arroz está nas fases de desenvolvimento vegetativo (62%) e floração (30%), com 8% das lavouras em enchimento de grãos. Nesse período, foi aplicada a adubação de cobertura via aérea, onde é possível o monitoramento do aparecimento de doenças. No Sudoeste e Centro, os altos volumes de chuvas e baixo índice de insolação nos últimos períodos devem causar perdas de produtividade. Os alagamentos e encharcamentos das áreas trarão prejuízo maior nas lavouras do cedo que estavam na fase reprodutiva.

Na Fronteira Noroeste e Missões, regiões mais adiantadas, onde boa parte das lavouras está no início do enchimento de grãos, não devem ser afetadas pelas condições desfavoráveis da semana. A baixa luminosidade e a diminuição das temperaturas geram receio aos produtores de abortamento das panículas em floração, já que a cultura é altamente suscetível a essas condições no início do desenvolvimento reprodutivo.

A cultura do milho apresenta em geral boas condições e expectativa de safra boa. Mais de 30% da área plantada está em fase de enchimento de grãos, 17% estão maduras e outras 17% de área, colhidas. As áreas plantadas mais tarde estão em desenvolvimento vegetativo. A produtividade das lavouras colhidas oscila entre 4 e 9 T/ha. Essa grande variação de potencial produtivo das lavouras deve-se à irregularidade do clima durante o desenvolvimento da cultura, embora o acumulado de precipitações seja maior que os anos anteriores.

Nas regiões Celeiro e Noroeste Colonial, o milho colhido está com umidade um pouco acima do ideal, necessitando maior aporte de calor para secagem. Não foi constatado dano nos grãos devido ao excesso de chuvas.

Na Região Sul, o clima não permitiu os plantios, mas as áreas plantadas estão com muito bom desenvolvimento, apesar do excesso de chuvas estar prejudicando os tratos culturais, como o controle de invasoras e a aplicação da adubação de cobertura. Existe preocupação dos produtores com a perda de nutrientes, pela lixiviação com o volume de chuvas.

OLERÍCOLAS E FRUTÍCOLAS

Mandioca – A mandioca ‘de ano’, nas regiões da Fronteira Noroeste e Missões, encontra-se em fase de colheita, seja para comercialização, consumo próprio ou para beneficiamento nas agroindústrias. O cozimento é considerado satisfatório. Nas lavouras da nova safra, a maioria dos produtores faz o controle de ervas, via capina manual e, nas áreas maiores, o controle químico. O preço recebido pelos produtores está entre R$ 2,50 e R$ 3,50 o quilo.

Olivas – No Sul e na Campanha, a cultura das oliveiras está em período de frutificação e com pegamento de frutos bastante variável nos pomares. Expectativas de produtividades dentro da normalidade, acima de 1.500 kg/hectare. No momento, os produtores tratam os fitossanitários durante a frutificação dos pomares, visando o manejo das principais doenças e pragas e a adubação potássica em cobertura e foliar.

Ameixa – A ameixa tem sua colheita intensificada na Região Serrana, na principal variedade cultivada e última a ser colhida, a Letícia. Em locais um pouco mais quentes, já se encontram os pomares colhidos. Os pomares localizados em pontos mais altos iniciam a colheita das primeiras frutas. Pomares não atingidos pelo granizo de final de outubro apresentam boa carga e frutos de ótima qualidade, mesmo enfrentando a umidade constante e pouca insolação dos últimos dias. As plantas demonstram boa sanidade e recuperação das lesões causadas pelo granizo. Embora seja uma cultura um tanto delicada na frutificação, várias áreas são renovadas e até mesmo implantadas em terrenos novos.

PASTAGENS E CRIAÇÕES

O comportamento do clima em todo o estado favorece o bom desenvolvimento dos campos gaúchos, tanto nativos como cultivados. Com isso, os animais continuam, no geral, com uma boa disponibilidade de massa verde, com qualidade e quantidade suficientes para garantir boas condições alimentares e nutricionais.

Bovinocultura de corte – O estado corporal dos rebanhos bovinos para corte é bom, em todas as regiões. Todas as categorias se mantêm ganhando peso, em consequência da boa produção dos pastos. Como é comum nesta época do ano, onde se combinam umidade e temperaturas elevadas, o manejo sanitário continua exigindo uma atenção especial para o controle de verminoses e parasitas externos. São intensificados os cuidados no manejo dos animais, de forma a reduzir a incidência de carrapatos e evitar a ocorrência de tristeza parasitária.

Ainda está em andamento o período de entoure e inseminação artificial. Destacam-se aqui os cuidados especiais com as matrizes que deram cria no tarde para ganhar boa condição corporal, visando à repetição de cria. Os produtores que adotaram a prática da Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF), segundo os relatos das regiões, estão se aproximando do final das atividades deste verão, com boa incidência de cio e expectativa de bons resultados.

SECOM RS

Foto: Propriedade de Vanderlei Bock, em Alegrete/Arquivo pessoal – Divulgação Emater

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.