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Toda história tem ou começa com um(a) professor(a)

É vocação, trabalho, rotina e esforço. É amor e nem sempre retribuído. Paulo Freire disse: “Não se pode falar de educação sem falar de amor” e ele estava certo.

Quem não possui memória afetiva com aquele ou aquela professora? Quem não reconhece o esforço empenhado e todo agradecimento que merecem estes profissionais?

Precisamos nos lembrar disso. E só assim, conseguiremos entender, que só avançaremos na sociedade, quando a educação for considerada importante como realmente é. Quando houver valorização da carreira do professor.

Professores e professoras, são os pilares da educação. Parece clichê, mas sem eles não existiria nenhuma profissão ou melhor, você não saberia ler, compreender, calcular, e nem se manifestar adequadamente.

Somado a este ano, temos um turbilhão de emoções, envolvendo educadores, pais e responsáveis. A pandemia fez os profissionais se (re)adaptarem e pior de tudo: não foi uma escolha. Em um país tão desigual, e de realidades díspares, eles foram jogados aos “leões”, submetidos a ensinar em quaisquer condições. E não que não sejam capazes disso, mas será que está certo?

Não lhes perguntaram o que achavam do ensino remoto, como preferiam proceder e quais, para estes profissionais, eram as melhores escolhas. Eles não foram consultados, e na maior parte das vezes, não são.

E assim, segue a vida em um país que se auto intitula democrático: não escuta quem faz, quem atua, quem trabalha, quem conhece o verdadeiro “chão da escola”, como discutem os profissionais. Afinal mesmo, o que estamos comemorando?

Não vimos se importarem se o professor ou professora também está com seus filhos e filhas em casa, se isso lhes trouxe uma sobrecarga para conciliar com o trabalho em forçado “home office”. Não vimos se preocuparem com os métodos, como seriam planejadas as aulas?

Não vimos se preocuparem com a tecnologia, será que eles têm instrumentos e estrutura adequada para as aulas?

Não vimos se preocuparem em ensinar os professores a ensinar neste novo mundo.

E por fim e ouso dizer, talvez o mais importante, não vimos se preocuparem com a saúde mental dos professores. E será que em algum momento já se preocuparam?

Vimos pais enlouquecidos, tarefas inacabadas, responsabilidades (re)definidas e até “memes”, para aqueles considerados super protetores, e que agora, entendem o valor, do bom e velho professor.

Será que delegamos por tantos anos, atividades de educar e ensinar a estes profissionais de forma equivocada? Quantos pais e mães esperam ansiosos que seus filhos, cheguem a idade escolar, para então, distribuírem o fardo da tão delicada atividade de educar? Já pensou, o quanto isso é duro e cruel? Incumbir aos professores a responsabilidade, que não lhes é de direito e ainda, considerar que se não cumprida de forma satisfatória eles sejam punidos?

Quem nunca ouviu a história daquele ou daquela colega de escola em que os responsáveis foram discutir a atuação do professor ou professora com o aluno ou aluna? Ou então, relato dos próprios pais, que incomodados seja com a nota, atividade ou comportamento do próprio filho ou filha, sentiram-se no direito, de atacar e responsabilizar indevidamente o educador? Não podemos mais terceirizar a educação de casa para a escola, e desumanizar o que é feito brilhantemente em sala de aula.

A nossa história só pode mudar, quando esse tipo de circunstância não acontecer mais. Afinal, toda história tem ou começa com um professor.

Nosso agradecimento a todos os professores e todas as professoras que ajudaram e ajudam, diariamente, a construir a nossa história. Sem vocês, jamais estaríamos aqui!

Tem uma história com professor ou professora que gostaria de dividir com a gente? Comenta aí!

Não te esquece de indicar teu nome, nome do professor ou professora e escola no qual lecionou.

Jornalista Thuanny Cappellari/Rio Grande TEM

Foto: Freepik

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