Representando Rio Grande artistas são premiados na 28º Sapecada da Canção Nativa

22 de junho de 2022 RIO GRANDE TEM

Neste mês, no maior Festival Tradicionalista, a 28º Sapecada da Canção Nativa, a cidade de Rio Grande foi representada por dois artistas que receberam prêmios, a flautista Charlise Bandeira e o poeta, compositor, e patrono da edição 48, a mais recente Feira do Livro da FURG, Sérgio Carvalho Pereira.

Sérgio também é fotógrafo, radialista e cirurgião dentista. Autor de dois livros, produziu e apresentou durante cinco anos o programa Continente Pampa, na FURG FM. O patrono da 48º Feira do Livro da FURG, nasceu na cidade de Pedro Osório e foi criado entre Rio Grande/RS e Cacequi/RS, residindo há 30 anos no balneário Cassino.

Ao longo de sua trajetória com a poesia e cultura tradicionalista, Sérgio foi membro fundador do grupo Seiva da Terra, conjunto musical com perfil latino-americanista que no início dos anos oitenta contribuiu para a revitalização do cancioneiro do sul. Ele ainda possui trabalhos poéticos gravados por expressivos nomes do cancioneiro do Rio Grande do Sul e do Uruguai, tendo sido premiado nos maiores festivais nativistas, dos quais destacam-se a Califórnia da canção, em Uruguaiana; e a Sapecada da Canção, em Lages, Santa Catarina. Em 2015 publicou o livro “Sul: poesia e ensaio fotográfico”, e no mesmo ano, lançou junto ao músico Luiz Marenco o disco “Sul”, projeto dirigido por Aluísio Rockembach. O álbum recebeu duas indicações para o prêmio Açorianos na categoria melhor disco do ano na linha de música regional.

Neste mês, o poeta foi duplamente premiado na 28º Sapecada da Canção Nativa que ocorre em Lages/SC, recebendo o prêmio de Melhor Poema do Festival com a composição “O Frio que nos abriga” que é de sua autoria e a mesma canção ainda recebeu o 2º lugar da Sapecada Canção Nativa, a melodia é de Joca Martins e Luciano Fagundes e os cantores são Joca Martins e Juliana Spanavello. Nesta edição foram mais de setecentas canções inscritas e trinta e duas foram classificadas.

A jornada de Sérgio na participação de festivais é de mais de trinta e cinco anos, nos quais relata que participa de quase todos os eventos tradicionalistas. No Sapecada da Canção Nativa, Sérgio é o que mais angariou prêmios, sendo seis já conquistados, e em quatro vezes foi vencedor com o título de Melhor Poema. Ele contou um pouco sobre a emoção de receber os prêmios representando Rio Grande:

“Representar nossa cidade nestes eventos, os festivais de canções nativistas, sempre foi para mim motivo de grande honra. Nas apresentações dos compositores, nas premiações, nas leituras das biografias, sempre está o nome da cidade presente, com relevância. Não sou natural daqui, mas vim para Rio Grande ainda criança, sai para a Universidade e voltei, fiz minha vida toda nessa cidade. Assim como minha família. Considero-me rio-grandino.”

E ainda destacou sobre a disputa no festival:

“Este ano foi segundo lugar (a composição), foi lindo demais também. É muito difícil ser premiado lá, é um festival que reúne o que tem de melhor na nossa canção do Sul. Todos os poetas, músicos, arranjadores, melodistas, enfim, todos querem ir lá. A competição fica muito acirrada. E isso é lindo. O disco do festival é muito bonito, reúne todas as canções pré-selecionadas que foram ao palco e as premiadas estão ali registradas”.

A instrumentista rio-grandina Charlise Bandeira também tem representado a cidade de Rio Grande ao longo dos anos, através de seu talento com a flauta. A musicista convive no meio nativista há quase dez anos e é participante ativa de festivais nativistas.

Charlise recebeu o prêmio como Melhor Conjunto Vocal, tocando a Flauta Traversal, na 28º Sapecada da Canção Nativa, com a música “Saudade”, de autoria de Guilherme Araújo Collares Da Silva e Roberto Luçardo (Roberto Luzardo). Ainda em junho no 10º Aldeia da Canção Nativa em São Vicente do Sul, Charlise foi premiada com a canção do poeta Juca Moraes que é de de Cruz Alta/RS e também conquistou o título de 1º lugar com uma música sua. Os prêmios foram de: Amadrinhador, Instrumentista e Melhor Melodia do Festival.

No mês de maio Charlise ainda recebeu o troféu “Destaque feminino – Troféu Mulher Tarefeira” no 35º Festival Carijo, e recebeu o troféu de terceiro lugar no 1º Moinho Instrumental interpretando a música “A Brisa e a Lua”, de autoria de Raul Costa D´ávila.

“O sentimento é de muita alegria de ser uma instrumentista que está trazendo troféus, com destaque nos festivais do Rio Grande do Sul, após estes dois anos de pausa que tivemos. Este troféu de destaque feminino no Festival Carijo foi o primeiro troféu da categoria e eu fui a primeira mulher a receber.”, disse a flautista.

O Frio que nos Abriga

Ouça a música premiada “O Frio que nos Abriga”, letra de Sério Carvalho, autor da música Joca Martins e Luciano Fagundes, interpretada por: Joca Martins e Juliana Spanevello, no violão: Negrinho Martins, no Piano: Paulinho Goulart, Baixo Acústico: Carlos de Césaro, Bandoneon: João Paulo Deckert e Violino: Tiago Ribas.