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Projeto Pinípedes do Sul realiza marcação e reintrodução responsável de lobo marinho do sul

Nesta sexta-feira (26), a equipe técnica do Projeto Pinípedes do Sul, patrocinado pela Petrobras, recebeu ligações da comunidade informando sobre a ocorrência de dois espécimes de lobos-marinho-do-sul (Arctocephalus australis), no Balneário Cassino.

Um lobo marinho foi encontrado próximo aos Molhes da Barra de Rio Grande e o outro nas proximidades do Balneário Cassino. O primeiro espécime, um lobo marinho juvenil foi avaliado pela equipe do Projeto que constatou que o animal estava saudável para ser realocado para um local mais afastado da zona de interação com a população, com o trânsito de veículos e de animais domésticos. Em vista disso, o lobo foi marcado com uma anilha que possui a numeração específica na parte superior e o contato do NEMA na parte inferior para que as instituições que também monitoram pinípedes e a comunidade em geral possam entrar em contato com o Projeto para informar sobre a sua ocorrência.

O segundo lobo marinho subadulto localizado pela equipe, estava em bom estado corporal, ativo e retornou para água naturalmente. Neste mês de julho, já foi realizado o registro de cinco lobos marinhos pela equipe do Projeto nas áreas de monitoramento. No banco de dados, há registros de recordes históricos de lobos marinhos na região. Um dado relevante, foi a ocorrência de 191 lobos no mês de agosto de 2018 no Refúgio de Vida Silvestre da Ilha dos Lobos, informação que mostra o aumento da população dessa espécie na região e o que ocasiona no aparecimento destes animais de forma mais corriqueira no estado.

Conforme o coordenador científico do Projeto, Leonardo Martí “O processo de marcação dos pinípedes é uma relevante alternativa para a identificação e análise de comportamento dos animais, principalmente, para obtenção de dados sobre o seu deslocamento e ocupação dos habitats onde ocorrem.”

As atividades de resgate e reintrodução responsável que ocorrem em parceria com o Centro de Recuperação de Animais Marinhos (CRAM/FURG) são parte do escopo do Projeto que monitora a ocorrência de pinípedes, principalmente, leões marinhos e lobos marinhos nas extensões de praia e nos Refúgios de Vida Silvestre do Molhe Leste (São José do Norte) e Ilha dos Lobos (Torres), no Rio Grande do Sul.

A espécie “lobo-marinho-do-sul”

O lobo-marinho-de-sul é um mamífero que possui distribuição geográfica no continente sul-americano desde o Rio de Janeiro, no Oceano Atlântico, até a Península de Paracas (Peru), no Oceano Pacífico, contando também com registros nas Ilhas Malvinas. A população mundial da espécie é estimada entre 350.000 e 400.000 animais.  Esta é a segunda espécie de pinípede mais abundante no litoral gaúcha, podendo ser avistada frequentemente nas praias da região sul, alimentando-se e descansando.

Esta espécie é caracterizada por um corpo delgado, focinho alongado, vibrassas longas, orelhas pequenas, ventre claro e pescoço grosso. Os filhotes da espécie nascem com o pelo em tons de cinza, e peso de 3 a 5 quilos.  Já adultos, passam a ter coloração marrom, sendo os machos maiores que as fêmeas. Dentre os animais já observados, os machos atingiram 1,89 m de comprimento e 159 kg, enquanto as fêmeas chegaram a 1,43 m e 48 kg.  Também quanto à idade há variação entre machos e fêmeas, já tendo sido registrados animais com até 23 anos (machos) e 30 anos (fêmeas).

Encontrei um animal marinho e agora?

Ao encontrar animais marinhos debilitados, a orientação é entrar em contato com o NEMA (3236-2420) ou com o CRAM/FURG (3231-3496) para fazer um registro de ocorrência, pois os profissionais dessas instituições são capacitados para lidar com qualquer tipo de situação relacionada a animais marinhos. Além disso, deve-se manter distância do animal, não o alimentar e afastar animais domésticos das proximidades.

Sobre o Projeto

O Pinípedes do Sul, que tem o patrocínio da Petrobras por meio do Programa Petrobras Socioambiental, objetiva reduzir as ameaças à conservação das espécies de Pinípedes – o grupo de mamíferos marinhos que inclui as focas, leões e lobos-marinhos – e de tartarugas marinhas no sul do Brasil. Além disso, o projeto visa aumentar o nível de proteção de duas Unidades de Conservação onde há grande concentração desses animais – Refúgio de Vida Silvestre do Molhe Leste (São José do Norte, RS) e Refúgio de Vida Silvestre da Ilha dos Lobos (Torres, RS) – e desenvolver atividades de educação ambiental voltadas para comunidades pesqueiras.

Assessoria de Comunicação do Projeto Pinípedes do Sul

Foto: NEMA

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