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Museu Antropológico do Rio Grande do Sul lança site com uma plataforma moderna e funcional

Acervo da instituição é constituído por milhares de documentos e objetos de pesquisas etnográficas de campo e arqueológicas

O Museu Antropológico do Rio Grande do Sul (MARS), instituição da Secretaria da Cultura (Sedac), lançou, nesta quinta-feira (11/5), o site da instituição (www.mars.rs.gov.br). Em uma plataforma dinâmica, interativa e funcional, o site oficial do MARS disponibiliza o arquivo de documentos de pesquisa, institucional e educacional do Museu.

O lançamento foi realizado em uma cerimônia, que contou com a presença da titular da Sedac, Beatriz Araujo, e do diretor de Memória e Patrimônio da Sedac, Eduardo Hann. Na oportunidade, a diretora do MARS, Letícia de Cássia, apresentou o novo site e destacou os 45 anos da instituição. Ela também anunciou a programação para 2023 e lembrou a trajetória do Museu nas áreas da pesquisa, educação museal e divulgação científica.

A secretária Beatriz disse que os investimentos sistemáticos que vêm sendo realizados junto às instituições vinculadas à Sedac procuram resgatar a dignidade desses importantes espaços culturais. “Nós temos investido fortemente na cultura, buscando o resgate da dignidade das nossas instituições culturais, da missão real dessas instituições, da relevância que elas têm para todo o nosso Estado”, destacou Beatriz em seu discurso. “Fico especialmente feliz em perceber que nós temos aqui hoje, na plateia, pessoas que são muito importantes para nossa cultura e que vêm dando contribuições relevantes. Também é essencial perceber que o trabalho que nós estamos fazendo merece a credibilidade de todos vocês.”

Participaram do evento o cônsul-geral honorário da Tunísia, Heinz Huyer; a promotora do Ministério Público, Ana Maria Moreira Marchesan; o diretor-presidente da Fundação Gaúcha do Trabalho e Ação Social (FGTAS), José Scorsatto; a coordenadora do Espaço Cultural Correios, Cristina Molenda; e a diretora do Museu da UFRGS, Eliane Muratori. Também estiveram presentes autoridades e representantes de movimentos culturais, como a cacica Iracema Gah Té, líder Kaingang da retomada Gáh Ré, no território do Morro Santana, Josete de Iemanjá e Mãe Claudia, da cidade de Tapes.

Sobre o MARS

O MARS foi criado em 20 de abril de 1978, tendo como objetivos principais a documentação e a divulgação da dinâmica de diferentes contextos socioculturais em âmbito regional.

Seu acervo, constituído por milhares de documentos e objetos oriundos de pesquisas etnográficas de campo, arqueológicas e etnoarqueológicas, está armazenado em três reservas técnicas.

No centro de documentação da instituição existe, além de obras sobre o tema da antropologia, uma grande quantidade de fotografias, entrevistas, objetos de uso cotidiano e de conotação ritual e sagrada intrínseca.

Plano Museológico e pesquisas

O Museu recebeu investimentos que ultrapassam R$ 117 mil do governo do Estado, por meio do Programa Avançar na Cultura. Em 2023, completa 45 anos com a proposta de realizar o seu Plano Museológico, elaborado entre 2021 e 2022 pela equipe da instituição e colaboradores. Sua missão é criar, organizar, apoiar e divulgar o conhecimento antropológico sobre a formação social e a diversidade cultural no Estado, bem como proteger os bens culturais que compõem os acervos, relacionados a esse campo.

O MARS se dedica às pesquisas que procuram compreender a formação complexa e plural da sociedade, em suas dinâmicas sociais, trajetórias dos movimentos e coletivos e de seus investimentos significativos, em relação às suas identidades e pertencimentos, especialmente no Rio Grande do Sul.

Os estudos realizados resultaram em 43 mil itens, entre artefatos arqueológicos, indígenas, fotográficos, magnéticos, objetos e documentos testemunhos da cultura sul-rio-grandense. Essas ações expandem reflexões sobre uma antropologia interdisciplinar, realizada em conjunto com as comunidades sociais, grupos e movimentos coletivos que orientam o pensamento humano contemporâneo. A partir dessa antropologia, a instituição tem como objetivo contribuir para a eliminação de preconceitos e para o respeito à diversidade cultural.

Programação para 2023

Programa de Pesquisa:

  • Plantas de Vida e de Cura – 2023/2024: Projeto de pesquisa e exposição sobre a medicina tradicional indígena das cunhãs das quatro etnias do Rio Grande do Sul. A pesquisa tem como foco o início em 2023, além da exposição e das atividades pedagógicas em 2024.
  • Mestres Artesãos FGTAS, MARS e Iphae – 2023/2024/2025: Iniciativa conjunta entre FGTAS e Iphae, criada por meio de um Termo de Cooperação Técnica entre as instituições. A proposta tem como objetivo desenvolver e implementar técnicas para identificar e mapear os mestres-artesãos do artesanato gaúcho, a fim de contribuir para a documentação e divulgação de seus saberes, ofícios e modos de fazer.
  • Projeto Rede de Batuques do Sul: Proposta de pesquisa, extensão e oficinas com os guardiões das memórias das casas de raízes e das filiações das tradicionais Nações Ijexá, Cabinda, Jeje-Ijexá e Oió. O projeto é realizado pelo MARS em parceria com o Pontão de Cultura Ilê Axê Cultural, Assobecaty de Guaíba, e visa à criação de uma cartografia das famílias de santo, registrando sua ancestralidade, além da realização da edição Raízes do curso com lideranças guardiãs de memórias.
  • Ancestralidades do Sagrado e Memórias: Festas de Oxuns: Projeto de pesquisa que busca estabelecer um percurso das festas de Oxuns na Costa Doce do Rio Grande do Sul. Realização do MARS e do Núcleo de Estudos da Religião (NER/UFRGS).

Programa Educativo e Cultural:

  • Projeto de oficina e curadoria expográfica coletivos Trans – 2023/2024: Por meio de parceria com coletivos transativistas, a proposta é montar uma oficina dividida em dois momentos. O primeiro será de realização de curso de capacitação de linguagens e técnicas fotográficas direcionadas às pessoas trans, de modo a fotografar objetivos a serem coletivamente decididos durante as aulas e oficinas. Em um segundo momento, haverá oficinas de curadoria compartilhada entre os participantes e a equipe do MARS, para montar um projeto expográfico a ser produzido pela instituição em 2024.

Programa Expositivo:

  • Projeto Ciclo Itinerante de Exposições: Proposta contínua e anual que visa à criação de um produto expositivo didático, resultado de exposições realizadas pelo MARS. Em 2023, está programada a itinerância da edição Ciclo Itinerante Palmares Vive!
  • Edital Antropologia Visual Ocupa MARS: Projeto de edital anual para recepção de propostas de trabalhos já produzidos em Antropologia Visual – etnografias visuais, vídeos etnográficos, desenhos, colagens, documentos audiovisuais e ensaios visuais com metodologias comprometidas com o campo de produção e reflexão da  Antropologia Social. Tem como objetivo promover a divulgação de produções amadurecidas e originais desse campo, que há décadas são desenvolvidas no Estado e no país em diferentes pós-graduações, laboratórios, centros e grupos de pesquisa, com temáticas e objetos variados. A seleção das propostas apresentadas e a curadoria de exposição resultante serão realizadas por uma comissão formada por pessoas da equipe do MARS e externas, de notório saber na produção e pesquisa na área.

Programa de Gestão de Acervos:

  • Inventário do acervo MARS: Inventário geral do acervo museal para procedimentos de elaboração de novas normativas de registro e documentação.

Ascom Sedac RS

Foto: Rafael Varela/Sedac RS

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