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Município quer implantar projeto de produção de ladrilho hidráulico com capacitação de mão de obra inscrita em programas sociais

A proposta foi apresentada à Secretaria de Segurança Pública do Estado para captação de recursos

A Secretaria de Coordenação e Planejamento da Prefeitura de Rio Grande (SMCP) apresentou à administração municipal a proposta da implantação de uma iniciativa intitulada “Projeto Ladrilho Hidráulico”. O projeto visa produzir ladrilho hidráulico normatizado oferecendo consigo a oportunidade de formação de mão de obra para a população inscrita nos programas sociais do município na produção desse utensílio da construção civil.

Na última semana o prefeito Alexandre Lindenmeyer apresentou o projeto à Secretaria de Segurança Pública do Estado, em Porto Alegre, buscando a firmação de um convênio para a sua realização. Dentro da proposta elaborada pela SMCP, as peças produzidas poderão ser utilizadas nas reformas de prédios históricos de Rio Grande. Hoje a pasta municipal tem 510 desses prédios inventariados e trabalha no levantamento de quais poderiam utilizar o ladrilho hidráulico no seu restauro.

O servidor Oldair Colares, um dos engenheiros responsáveis pela criação da projeto, explica que as peças podem ser utilizadas também no revestimento dos passeios públicos de Rio Grande, em projetos da Prefeitura de revitalização das calçadas, como o “Calçada Legal” e o “Rotas Acessíveis”. O funcionário também enumera um dos motivos que justificam a elaboração do projeto. “Nosso município é uma cidade histórica, que tem muitos prédios históricos e, por isso, traz em suas características arquitetônicas a utilização de muito ladrilho, como se nota. No entanto, se tem muita dificuldade de conseguir esses insumos na região e quando se consegue eles acabam saindo por um preço muito alto. Portanto a necessidade de fabricação do ladrilho aqui mesmo, em Rio Grande”, argumenta o engenheiro.

A ideia de capacitar mão de obra de programas sociais, além de mão de obra prisional, surgiu durante uma reunião de trabalho na Secretaria de Planejamento. O grupo pensou que seria útil unir a necessidade de produção do ladrilho hidráulico a um projeto social, suprindo ao mesmo tempo a demanda que existe pelos prédios históricos do município, a falta de profissionais capacitados na técnica e a oportunização de formação de mão de obra da população de baixa renda e em situação prisional.

A técnica de produção do ladrilho não envolve queima, diferente do que acontece na produção do azulejo. Como o próprio nome sinaliza, o ladrilho hidráulico utiliza água em parte do seu processo de produção. Após a junção dos componentes necessários para a peça e a feitura da arte, ele é prensado e, depois disso, fica 24 horas mergulhado em água para a cura do cimento. Depois desse tempo ele é retirado da água para o que chama “aeração”.

Embora seja uma técnica pouco conhecida nos dias atuais, é uma técnica bastante valorizada exatamente por essa ausência de profissionais que a dominem. “Então imagina oportunizar a uma pessoa que está em situação prisional a sua reinserção na sociedade através da formação nesse tipo de profissão. E, além disso, contribuir para que sejam restaurados prédios históricos e de grande importância para a cidade de Rio Grande?”, reitera Oldair.

De acordo com o projeto apresentado, a equipe responsável por ministrar as partes técnica e teórica da produção do ladrilho hidráulico deve ser composta por um servidor da Secretaria de Serviços Urbanos, que trabalha produzindo o ladrilho, e por outros funcionários da administração municipal, que vão ensinar sobre as normas técnicas, como NBR’s, questões relacionados ao meio ambiente, ao cooperativismo, segurança do trabalho e o resgate da história do ladrilho.

O valor total do projeto depende de quantos alunos ele poderá atender e da estrutura necessária para a realização tanto das aulas quanto para a produção do tipo de revestimento. Esses investimentos também estão em fase de levantamento pela SMCP.

Assessoria de Comunicação PMRG

Foto: Divulgação PMRG

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