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Maternidade da Santa Casa do Rio Grande corre o risco de fechar

Há pelo menos sete meses, a Santa Casa do Rio Grande, tem eventualmente fechado a maternidade e Centro Obstétrico. A situação de fechamento provoca insegurança às gestantes de Rio Grande e região que precisam utilizar o serviço. Em setembro do ano passado, a instituição explicou em nota que o problema era pontual e estava relacionado à dificuldade na escala de médicos, e neste final de semana o hospital atribui o motivo do fechamento pela mesma razão. Segundo a 3ª Coordenadoria Regional de Saúde, a Santa Casa do Rio Grande manifestou que não possui interesse em manter o setor de maternidade, circunstância que preocupa a comunidade e região, tendo em vista que o atendimento seria prestado somente pelo Hospital Universitário que informa não possuir condições de atender toda a demanda de gestantes de alto e baixo risco.

A Santa Casa do Rio Grande, no entanto, não confirmou a informação de que pode fechar a maternidade e em nota respondeu:

“A Santa Casa é um prestador de serviços privado que tem contrato com o Estado do Rio Grande do Sul através da Secretaria Estadual de Saúde (SES). A organização dos fluxos de acesso ao Sistema Único de Saúde (SUS) é uma decisão articulada pela Coordenadoria Regional de Saúde com os municípios e prestadores de serviço.  Neste momento está ocorrendo uma discussão sobre a reorganização das referências da linha materno infantil, dentro dos princípios do SUS e trabalho em rede, e a instituição, enquanto prestadora, segue as prerrogativas definidas pelo Estado.”

Diante dos persistentes eventos de fechamento da maternidade da Santa Casa, nesta quarta-feira (06), a 3ª Coordenadoria Regional de Saúde (3ª CRS) se reuniu separadamente com a gestão da Santa Casa do Rio Grande e posteriormente com a gestão do HU-Furg. Na ocasião foram discutidas a situação atual dos hospitais e o atendimento prestado especialmente nos serviços para gestantes.

O HU-Furg é referência para o atendimento de gestantes de alto risco para Rio Grande e 22 municípios da região. A situação de fechamento dos serviços para gestantes na Santa Casa, ocorrida frequentemente aos finais de semana, têm provocado a superlotação do Centro Obstétrico, Maternidade e UTI Neonatal do HU-Furg.

O HU possui 3 leitos de pré-parto no centro obstétrico e quando ocorre superlotação, são colocadas 4 camas extras no corredor para atender a demanda, a maternidade possui 29 leitos e a UTI Neonatal 10 leitos. A maternidade atualmente está lotada.

Há gestantes que necessitam ficar internadas mais de um mês, se isso ocorre com várias pacientes, reduz a oferta de leitos disponíveis neste tempo. Além disso, a estimativa média de internação durante o puerpério (período após o parto) é de 48 horas, fator que contribui para a lotação e a dificuldade de receber novas pacientes no período.

Somente no mês de abril, o HU realizou 38 partos. No final de semana que a Santa Casa do Rio Grande esteve com a maternidade fechada foram 15 partos. Nesta semana, inclusive, há gestantes recebendo atendimento no corredor, condição provocada pela falta de espaço. Mesmo assim, o hospital destacou que as pacientes recebem todo o atendimento necessário.

Em nota, ao explicar a superlotação, o HU informa que o fato pode provocar restrição nos atendimentos e esclarece que é um hospital universitário federal e portanto, tem como objetivo o ensino, pesquisa e extensão. E neste sentido, o hospital não deveria sofrer com as situações de superlotação, pois não são condições ideais para o aprendizado dos estudantes, residentes e estagiários.

A responsabilidade pela gestão da oferta de atendimento na região é atribuição da 3ª Coordenadoria Regional de Saúde. A 3ªCRS explicou que as pacientes que não conseguirem atendimento em Rio Grande serão redirecionadas para as cidades de Santa Vitória do Palmar e Canguçu, e que até o momento não foi necessário o deslocamento.

Na segunda-feira, 11 de março, em nova reunião a 3ªCRS discutirá junto aos dois hospitais e com o nível central, o Departamento de Gestão da Atenção Especializada (DGAE), da Secretaria da Saúde (SES), para tratar a situação de atendimento dos serviços de maternidade e obstetrícia em Rio Grande. Procurada pela nossa reportagem, a Secretaria Municipal da Saúde não se manifestou sobre o assunto.

Jornalista Thuanny Cappellari/RIO GRANDE TEM

Foto: Pixabay

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