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Mãe de criança com autismo sofre preconceito, filho não é convidado para festa de aniversário e ela dá resposta nas redes sociais

Sara Onori que é de Campo Grande (MS), mãe do Arthur de 2 anos, que possui TEA (Transtorno do Espectro Autista). A sua história ficou conhecida através das redes sociais, após Sara, expor a mensagem de uma mãe que fazia parte de seu grupo de amigas. O que motivou Sara a fazer isso foi depois que Viviane, mãe de um menino de 5 anos, enviou um texto através do WhatsApp justificando que não convidaria Sara para o aniversário por seu filho ser “meio problemático” e ainda, que “as outras crianças ficariam incomodadas”.

Crédito: Sara Onori

Segundo o relato de Sara nas redes sociais, ela pretendia responder, mas “ficou sem chão” com a mensagem. E quando decidiu responder, Viviane já havia lhe bloqueado em todas as redes sociais. Mesmo assim, a mãe de Arthur, levou o desabafo para o seu Facebook e escreveu, desculpando-se a quem não tem a ver com a situação. “Mas eu preciso expor, eu preciso mostrar que não estou sozinha. Que o preconceito é coisa ultrapassada”.

A Equipe do Rio Grande TEM, conversou com Sara. Que nos contou que Viviane era uma amiga bem próxima, ficavam juntas em encontro de amigas, geralmente aos finais de semana. Foi a primeira vez que a mãe de Arthur notou o preconceito. E ela destaca: “ O papel dos pais é muito importante. Não podemos perder a calma e não podemos perder a força. Se sairmos do controle, tudo em volta da gente desmorona”. Sara ainda explica que o primeiro passo é respeitar, e depois incluir as crianças com TEA e demais transtornos e síndromes na sociedade.

Segundo a mãe, Arthur apresentava muitas estereotipias, movimentos repetitivos e gostava de movimentos rotativos. Era uma criança agressiva e se auto agredia. Isso levou os pais a buscarem ajuda médica, e logo na primeira consulta já receberam o diagnóstico de TEA.

O Arthur faz tratamento com terapia ocupacional e acompanhamento com psicoterapeuta.

Quanto ao futuro para as crianças com autismo, Sara conta que seu sentimento é de preocupação. Pois, o País ainda não está preparado para estes tratamentos.

Transtorno do Espectro Autista

O Transtorno do Espectro Autista pode ser bastante variado. Essencialmente, é marcado por uma série de desafios com habilidades sociais, enfrentados desde a infância. O diagnóstico tende a aparecer aos 2 ou 3 anos e idade. E em alguns casos, pode ser diagnosticado até mesmo com 18 meses.

O que se sabe, é que não existe um autismo. Mas muitos tipos, que envolvem combinações e influências genéticas e ambientais. A expressão “epectro”, reflete a ampla variedade de desafios e pontos fortes em cada pessoa com autismo.

O TEA engloba condições marcadas por perturbações do desenvolvimento neurológico com três características que podem manifestar-se em conjunto ou isoladamente. O diagnóstico baseia-se na presença dos padrões de comportamento, sinais e sintomas, de acordo com o DSM-IV (Manual Diagnóstico e Estatística da Sociedade Norte Americana de Psiquiatria) e pelo CID-10 (Classificação Internacional de Doenças OMS) observando se o paciente corresponde aos três critérios em conjunto ou não.

Como por exemplo: dificuldade de comunicação por deficiência no domínio da linguagem e no uso da imaginação para lidar com jogos simbólicos, dificuldade de socialização e padrão de comportamento restritivo e repetitivo.

O importante é que a família busque ajuda com médico especialista o quanto antes notar alguma semelhança com os sintomas descritos acima. A criança com autismo necessita de tratamento e a família de amparo, informação e orientações como proceder. Em Rio Grande, a AMAR (Associação de Pais e amigos dos Autistas do Rio Grande) possui uma equipe multidisciplinar para atender as necessidades específicas de cada criança.

Jornalista Thuanny Cappellari

Foto: Arquivo Pessoal/Sara Onori

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