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Livro do jornalista Klécio Santos retrata em minúcias a construção dos molhes em Rio Grande

Uma das maiores obras da engenharia marítima ganha um livro à altura: Sonhos de Pedra (Stone Dreams). Ao longo de 240 páginas, o jornalista Klécio Santos retrata em minúcias a epopeia que foi a construção dos molhes em Rio Grande, que começou a ganhar impulso em 1883 com a chegada do engenheiro Honório Bicalho e só concluída cerca de três décadas depois.

No dia 1º de março de 1915, o navio-escola Benjamin Constant cruzou a Barra em direção ao novo porto de Rio Grande. Era o fim de uma longa jornada que culminou em um prodígio da engenharia, um sonho em forma de dois braços de pedra, erguido com o suor humano, num dos locais mais inóspitos do Brasil.

Uma nova etapa de progresso surgia com a conclusão dos molhes e ampliação do porto de Rio Grande. Desde os primórdios, foi por ali que circulou a maior parte da riqueza produzida no Rio Grande do Sul. A maior praia do mundo, o Cassino, ganhou também um cartão-postal, um atrativo à parte. Da região de Capão do Leão e Monte Bonito, em Pelotas, saíram as pedras da construção, um inferno a céu aberto, que ganha um capítulo à parte no livro.

Sonhos de Pedra (Stone Dreams) levou três anos de pesquisas e é rico em iconografia, com mapas, cartões-postais e documentos raros, além de relatos de viajantes. A edição é bilíngue, com tradução de Adriano Migliavacca, com selo da Cabrion –  criado em homenagem à antiga folha ilustrada que mesclava literatura e sátira social no século 19. O patrocínio é da Celulose Riograndense (CMPC), com apoio dos Práticos da Barra do Rio Grande.

Ao longo das páginas, Klécio Santos também narra episódios históricos como o dia em que Rio Grande amanheceu sob a mira de canhões durante a Revolta da Armada, o trágico naufrágio do navio Rio Apa, as visitas imperiais e a chegada de José da Silva Paes em 19 de fevereiro de 1737, quando o brigadeiro enfim penetrou no canal da Barra.

KLÉCIO SANTOS

Natural de Porto Alegre, aos 10 anos foi para Rio Grande com a família E estudou no Juvenal Miller e no Lemos Júnior. Jogou basquete no Ipiranga e no Clube de Regatas. É torcedor do Riograndense. Graduado em Jornalismo pela Universidade Católica de Pelotas (UCPel), começou sua carreira no jornal Agora, escrevendo sobre cinema no suplemento cultural O Peixeiro, substituindo o crítico Sergio Marchese. Também atuou nos jornais Diário da Manhã, Diário Popular e Correio do Povo. Em 1997, concluiu pós-graduação em Artes, com especialização em Patrimônio Cultural, pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel). Foi correspondente do jornal Zero Hora, época em que escreveu dezenas de matérias sobre Rio Grande, abordando desde temas marítimos como a história dos faróis e o incidente ambiental com o navio Bahamas, até a cobertura sobre o serial killer do Cassino.

Em 1999, transferiu-se para Brasília, onde foi colunista de Zero Hora e Diário Catarinense, editor-chefe da sucursal multimídia e executivo do Grupo RBS. Em 2010, concluiu o Master em Jornalismo pela Universidade de Navarra (Espanha) e Instituto Internacional de Ciências Sociais. Tem MBA em Gestão Empresarial pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).

Na área literária, em 2012, lançou o livro Sete de Abril, o Teatro do Imperador, pela editora Libretos. É autor também de O Reino das Sombras – Palcos, Salões e o Cinema em Pelotas, publicado no volume 2 do Almanaque do Bicentenário de Pelotas. Em 2014, lançou Mercado Central – Pelotas 1846-2014, pela editora Fructos do Paiz. Durante o Biênio Simoniano (2015-2016), assinou o posfácio da primeira versão em livro de A Família Marimbondo, de João Simões Lopes Neto. Em 2017, foi patrono da 45ª Feira do Livro de Pelotas, período em que lançou Bibliotheca Pública Pelotense, pela Fructos do Paiz, obra que resgata a história dos 140 anos daquela instituição.

Simone Lersch – Maestra Comunicação e Cultura

Foto: Divulgação

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