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Furg recebeu a visita do economista belga Gunter Pauli no início de maio

Autor do livro ‘A Economia Azul’ manifestou interesse em firmar parceria de pesquisa

Na manhã da primeira sexta-feira do mês de maio, 6, a FURG recebeu a visita do economista belga Gunter Pauli. Na ocasião, o visitante pode conhecer a capacidade instalada da instituição, além de conversar um pouco sobre ciência, pesquisa, inovação e sustentabilidade com o reitor, Danilo Giroldo. Durante a recepção, estiveram presentes também o diretor e os professores da Escola de Químicas e Alimentos (EQA), respectivamente: Felipe Kessler, Jorge Alberto Vieira Costa, e Michele Greque de Morais; e o diretor executivo da Fundação Zeri Brasil, Lúcio Brusch.

“É uma honra receber uma pessoa como o Gunter, cujo trabalho impactou diretamente a compreensão do mundo sobre sustentabilidade. Ele é realmente uma inspiração para uma universidade como a FURG”, comentou o reitor.

Sobre o visitante

Economista por formação e empreendedor por profissão, por quase quatro décadas Gunter tem trabalhado para fornecer soluções para as ameaças que o século 21 guarda, sobretudo na área ambiental e recursos naturais. Suas atividades abrangem temas como negócios, cultura, ciência, política e meio ambiente. Na década de 90, o ativista fundou a Zero Emissions Research and Initiatives (ZERI) na Universidade das Nações Unidas, em Tóquio, iniciando em seguida um forte trabalho de expansão global da fundação.

Ao longo de sua carreira, Gunter publicou 20 livros, os quais foram impressos em mais de 30 idiomas, além de ter elaborado, também, 365 fábulas, com base na ciência, para o público infantil. O economista é mais conhecido por um de seus últimos trabalhos “A Economia Azul 2.0: 200 projetos implementados, US$ 4 bilhões investidos e 3 milhões de empregos criados”, lançado em 2015. Em 2022, o ativista publicou uma nova versão do texto “A Economia Azul 4.0”.

A FURG e seu potencial transformador

Em razão da realização do evento South Summit, em Porto Alegre, Gunter – um dos palestrantes -, decidiu descer mais ao sul do estado para conhecer o Campus Carreiros da FURG, instituição cujo pode conhecer melhor após ouvir a apresentação dos professores Jorge e Michele em Dubai, durante o Aviation X Lab. Na ocasião, a dupla docente desenvolveu um projeto para a redução da emissão de CO2 no setor da aviação, por meio de nanotecnologia a partir do cultivo de microalgas.

Em parceria com a Eletrobras, a dupla projetou e construiu entre 2006 e 2016 uma das maiores plantas de captura de CO2 da América Latina – localizada no município de Candiota -, onde há produção de energia termoelétrica.  A ideia atualizada, portanto, prevê não apenas a captura do monóxido de carbono, mas também, a utilização das microalgas como matéria-prima na produção de bioquerosene para substituir parte do combustível utilizado na aviação.

Encantado pela ideia, Gunter manifestou seu interesse em financiar e apoiar um projeto para a produção em larga escala deste combustível, na finalidade de abastecer aviões do tipo Pilatus, que, segundo ele, são majoritariamente usados na europa no setor logístico. “Toda a inteligência que a FURG possui, assim como sua capacidade de produção científica, precisa ser usada em algo grande. Quando conheci esse projeto em Dubai, fiquei completamente encantado, e hoje estou aqui para conversarmos sobre as possibilidades de como fazer isso acontecer”, disse o empresário.

Nanoplásticos e o compromisso ambiental com o ecossistema marítimo

Ainda de acordo com Gunter, uma de suas grandes preocupações é com a saúde dos ambientes costeiros e marítimos, em especial no que tange a problemática da poluição de lagos, estuários e oceanos com nanoplásticos. Segundo ele, os ambientes marítimos são o berço das microalgas, responsáveis por oferecer soluções sustentáveis para problemas produtivos, e portanto, é um dever da sociedade não apenas zelar pelas águas, mas engajar-se em um esforço extraordinário para limpar esses sistemas.

“Quero que possamos acertar um projeto para a limpeza de nanoplásticos, também. Vocês têm aqui a capacidade de trabalhar em nível nano, além de todo conhecimento específico e zelo por esse ambiente em função de sua vocação. E para isso, estamos dispostos a ceder nossa tecnologia para que vocês possam fazer a execução do projeto. Essa é a nossa forma de retribuir a natureza pela presente das microalgas”, explicou Gunter.

SECOM FURG

Foto: Hiago Reisdoerfer/Secom FURG

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