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Educação Financeira no Colégio para um futuro consciente

O endividamento das famílias brasileiras no ano de 2021 foi o recorde em 11 anos de acordo com a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic). Conforme os dados, mais de 76,3% da população brasileira precisou recorrer a crédito para manter o seu consumo. As famílias inadimplentes, ou seja, com dívidas em atraso chegaram ao número de 24,8% no mês de janeiro de 2022 no país.

Apesar do número de pessoas endividadas ter aumentado e entre as causas estão os prejuízos durante a pandemia, a alta da inflação e desemprego, este número de pessoas endividadas apresenta um alerta: a importância da educação financeira.

O conteúdo de Educação Financeira compõe os itinerários formativos do Novo Ensino Médio.

A partir desta perspectiva, estudantes aprendem a organizar e preparar a sua vida economicamente no presente e no futuro, e dessa forma, podem evitar as famosas armadilhas financeiras.

Para além do conhecimento individual, os estudantes que aprendem sobre educação financeira, podem contribuir com as suas famílias, auxiliando na tomada de decisões e planejamento do orçamento familiar.

Em entrevista, o professor e administrador do Colégio Alternativo de Rio Grande, Victor Guedes, esclarece sobre o tema

  • Qual a importância do ensino de educação financeira na escola?

​O Brasil é hoje, como grande parte do mundo atual, um país em que a taxa de natalidade é cada vez menor. Além disso, sabemos também que a perspectiva de vida dos brasileiros tem aumentado nos últimos anos. Isso quer dizer que teremos daqui a poucos anos mais aposentadorias para pagar e menos pessoas em vida ativa a pagar impostos.

Está fora de questão a possibilidade de aumentar impostos, tendo em conta que a carga tributária já é uma das mais altas e agressivas do mundo.

Daí facilmente se consegue expor que a segurança social se encontra numa situação econômica muito difícil, com tendência a piorar ainda mais nos próximos anos.

Coloca-se então a questão: Durante quanto tempo mais o Estado pode garantir o pagamento de aposentadorias?

A educação financeira irá permitir sensibilizar o jovem de tal forma que ele, desde cedo, começará a planejar seu futuro.

  • Como isso pode acontecer?

Através de mudanças de atitudes: aprendendo a poupar, a investir dentro das suas possibilidades, a criar rotinas que o impeçam de comprar por impulso, a fugir dos juros abusivos, enfim…

É importante que ele (o jovem) possa começar sua vida trabalhando, formando sua família, criando seus filhos e, finalmente, se aposente com dignidade. E quanto mais cedo ele tomar consciência isso e fizer seu planejamento financeiro, maior controle e conforto terá na sua vida familiar

  • Dinheiro pode ser discutido por crianças?

Sim. O dinheiro pode e deve ser discutido com as crianças. É importante que as mesmas reconheçam e valorizem o esforço dos seus familiares para conseguirem tocar a vida e entenderem que muitas vezes os pais não satisfazem os seus caprichos, não porque assim o desejam mas, obviamente, porque não podem. E as crianças são as que mais reagem às compras por impulso.​

Logo, torna-se primordial que a família fale sobre este assunto com todos os seus membros, o que engloba igualmente as crianças.

  • Na vida dos estudantes, na prática, ter educação financeira pode ser um diferencial? Por quê?​

Como referi acima, o estudante nada mais é que um membro da família. Ele pode e deve participar do planejamento financeiro da mesma e, através do conteúdo que lhe é ministrado ao longo do ano pode auxiliar a família a alcançar seus objetivos. Além do mais, não podemos esquecer que em muitos casos o aluno que frequenta o ensino médio já superou o grau de ensino de seus familiares. Logo, pode auxiliar sim e em muito no planejamento financeiro. Certamente suas sugestões produzirão maior êxito na obtenção dos objetivos. E isso se traduzirá em maior conforto, estabilidade e bem-estar familiar.

Estamos em pleno século XXI. Está na hora de falar de dinheiro sem qualquer tipo de tabu. Afinal de contas, já diziam nossos antepassados que “casa onde não há pão, todo o mundo ralha e ninguém tem razão”.

  • Cada vez mais, e especialmente durante a pandemia, tem sido observado o aumento do número de pessoas endividadas, especialmente pela mudança abrupta dos rendimentos. Quem possui conhecimentos em educação financeira, sofre menos impacto em situações de crise?

Essa é uma realidade que poderia ter sido bastante amenizada se as pessoas soubessem planejar a sua vida financeira. Obviamente que uma pandemia transtorna qualquer economia em qualquer país do mundo. No entanto, com planejamento financeiro, as pessoas poderiam aguentar ou superar por mais tempo as suas dificuldades. Se não comprassem tanto por impulso, se não recorressem a crédito com juros tremendamente elevados, se tivessem conseguido poupar por pouco que fosse.

Talvez até algumas dessas pessoas sucumbissem economicamente, mas demorariam certamente mais tempo.

Pessoalmente, tenho fé que esta disciplina, bem trabalhada com nossos jovens, auxiliará, em muito toda a sociedade.

Muitas famílias se desmancham… se destroem por motivos essencialmente econômicos.

  • É possível que o conteúdo de educação financeira seja acessível, próximo e atrativo aos alunos? Como?

Com certeza que sim, pois nesta disciplina vão trabalhar com exemplos práticos em que, de alguma forma, as pessoas se irão identificar.

Educação financeira visa a criação de regras que auxiliarão na realização pessoal e familiar dos indivíduos, ou seja… numa perspectiva de futuro mais agradável a acessível.

Essa é a grande dúvida do jovem do ensino médio… como planejar o seu futuro.

Redes Sociais do Colégio Alternativo

Jornalista Thuanny Cappellari/RIO GRANDE TEM

Foto: Reprodução/Colégio Alternativo

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