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Casa de Cultura Mario Quintana e Iecine lançam 1º Festival Cinema Negro em Ação

Evento busca promover a equidade racial no mercado audiovisual

Profissionais negras e negros, com interesse em participar do 1º Festival Cinema Negro em Ação, podem inscrever suas produções entre 14 de setembro e 16 de outubro no site da Secretaria da Cultura do Rio Grande do Sul (Sedac). O festival é internacional e competitivo, contemplando videoclipes, videoartes, curtas-metragens e longas-metragens em formato digital. Estão habilitadas a participar produções de qualquer ano, com temática livre, sem necessidade de serem inéditas. O festival acontece em novembro, integrado às programações do mês da Consciência Negra.

O evento, idealizado pela cineasta gaúcha Camila de Moraes, é realizado pela Casa de Cultura Mario Quintana (CCMQ), em parceria com o Instituto Estadual de Cinema (Iecine), ambos instituições da Sedac. “Importante frisar que é um festival afirmativo, que tem a intenção de conhecer outros olhares produzidos dentro do audiovisual, servindo como um facilitador de diálogos entre público e setores da indústria cinematográfica”, relata Camila.

O diretor da CCMQ, Diego Groisman, reafirma o compromisso em pautar ações culturais que promovam a diversidade. “Realizar um festival a partir de produções de pessoas negras é importante para dar visibilidade a esses trabalhos, contribuindo para promoção de políticas de equiparação racial”, acrescenta.

O diretor do Iecine, Zeca Brito, também destaca o comprometimento com a equidade racial no mercado audiovisual. “O festival representa um marco nas políticas afirmativas das instituições envolvidas. Resultado de um programa de inclusão e representatividade que aposta no audiovisual como um caminho de desenvolvimento econômico e social”, ressalta.

A iniciativa reforça as políticas inclusivas e afirmativas desenvolvidas pela Secretaria da Cultura. “Valorizar as produções de agentes negros e negras do audiovisual é um dos caminhos que acreditamos para alcançar cada vez mais presenças negras nas artes e incentivar as suas permanências”, afirma a assessora de Diversidade da Sedac, Carol Anchieta.

Seleção e exibição

A curadoria do festival anunciará as obras selecionadas até 5 de novembro. O evento ocorrerá de 20 a 27 de novembro, apresentando 20 horas de programação na grade da TVE-RS, em uma ação afirmativa inédita. As produções também poderão ser conferidas no Brasil e no exterior pelas redes sociais da Casa de Cultura Mario Quintana e pela plataforma Cultura em Casa, da Secretaria da Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo.

Premiação

Os concorrentes serão avaliados por um júri especializado que apontará os vencedores. Estão previstos prêmios nas principais categorias, incluindo uma residência artística, em parceria com o Festival Internacional de Cine de Cartagena de Índias, na Colômbia, o mais antigo das Américas, para os vencedores de melhor curta-metragem estadual e melhor longa-metragem nacional. Além disso, haverá seleção de 14 projetos em desenvolvimento de séries e longas-metragens, que receberão o selo Cinema Negro em Ação, e serão apresentados em encontros exclusivos com players convidados parceiros do festival, dentre os quais a plataforma Netflix.

Projeto mais amplo

1º Festival Cinema Negro em Ação é a etapa inicial de um projeto maior, programado para 2021, voltado a promover a igualdade, a valorização e a preservação da cultura negra por meio da produção audiovisual. O Programa Cinema Negro em Ação prevê oficinas de capacitação para que novos profissionais, negras e negros de sete regiões do Rio Grande do Sul, se habilitem a atuar no mercado do audiovisual. Essa fase do programa, viabilizada em parceria com o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande Sul (IFRS), contemplará 150 jovens profissionais negras e negros.

1º Festival Cinema Negro em Ação

Inscrições: de 14 de setembro a 16 de outubro pelo site www.cultura.rs.gov.br
Divulgação dos selecionados: 5 de novembro
Programação: de 20 a 27 de novembro
Premiação: 27 de novembro

Regulamento e outras informações: www.cultura.rs.gov.br.

Curadoria e idealização

Camila de Moraes é jornalista e graduanda do bacharelado interdisciplinar em Artes, concentração em audiovisual, pela Universidade Federal da Bahia. Na área do cinema, dirigiu o documentário de longa-metragem O caso do homem errado, que aborda a questão do genocídio da juventude negra no Brasil. A cineasta se tornou a primeira mulher negra no Rio Grande do Sul e a segunda no Brasil a entrar em circuito comercial com um longa-metragem, após 34 anos de silenciamento, desde que Adélia Sampaio, em 1984, dirigiu o longa-metragem de ficção Amor maldito. Aclamado, o filme esteve na seleta lista de pré-selecionados pelo Ministério da Cultura para representar o Brasil e concorrer ao prêmio de Melhor Filme Estrangeiro no Oscar 2019. Atualmente, Camila desenvolve o projeto de uma série de ficção chamada Nós somos pares, que aborda a vida de seis mulheres negras e suas relações de amizade e amores.

Ascom Sedac

Foto: Giuliano Lucas/Divulgação

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