A importância do diagnóstico precoce e intervenção desde cedo
Ter um diagnóstico e um laudo com um ano e três meses, fez com que quase todos questionassem se eu tinha certeza. Ouvi de várias pessoas que era cedo demais, que era só uma fase e já ia passar. Confesso que por um tempo também acreditei que poderia não ser autismo, mas alguma coisa era diferente e disso eu tinha certeza.
Após recebermos o laudo, a orientação era iniciar terapia ocupacional, fono e procurar a EMEE Maria Lúcia Luzzardi, que é uma Escola Municipal de Educação Especial, e foi a primeira coisa que fizemos quando chegamos em Rio Grande.
Logo já iniciamos acompanhamento com psicopedagoga, que conseguimos pelo CAPS Serelepe. Também iniciamos com a fono e de início não conseguimos ajuda da escola. Mas a Duda seguiu na escolinha regular. Tive a sorte de ter todo o cuidado, carinho e atenção da escolinha, que estava sempre se adaptando a Duda e fazendo com que ela e nós nos sentíssemos seguros e amparados ali. De fato ali havia inclusão.
Nunca pensamos em medicar, até por ela ser muito novinha, sempre tivemos medo de usar algum medicamento e no futuro ela ser dependente dele pra viver, e até então, apesar do cansaço, ainda conseguíamos seguir sem. O mais exaustivo era a agitação da Duda, uma pilha sem fim e noção zero de perigo. Seguimos com terapias e quando ela tinha quase três anos, iniciamos o uso do óleo da cannabis. Hoje já não me restam dúvidas, de que a Duda é sim autista e sou grata por poder ter dado a ela desde cedo estímulo pra ela evoluir e chegar onde está hoje.
Já foram muitas batalhas vencidas e estamos prontos para as próximas. Aos poucos vamos organizando tudo por aqui e contando um pouquinho de cada uma para vocês. É muito bom falar sobre a Duda e sobre tudo que ela me ensinou até aqui.
Autora: Alice de Leon
Foto: Antonio Rocha Fotografia
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