BlogsFilosofia no Cotidiano

A Ética nossa de cada dia

Alguns dias, antes do início da quarentena da COVID-19, fui ao banco receber o salário da minha mãe. Uns cinco minutos antes de entrar à agência houve uma confusão, uma moça furou a fila e a pessoa que foi prejudicada gritou: “menina, você não tem princípios, passou a minha frente e nem pestanejou”. Eu, ao ouvir a discussão pensei rapidamente sobre a palavra “princípios” e fiquei imaginando, já que sou uma professora de Filosofia, como poderia explicar aos (as) meus (minhas) alunos (as) o que são “princípios” nessa situação e, por conseguinte, qual a sua referência, no caso, à Ética.

A pessoa prejudicada da fila certamente quis dizer que a moça desonesta agiu de forma antiética ao não considerar os resultados dos seus atos ao passar por cima das regras e/ou convenções sociais para se “dar bem” e ir embora mais cedo. Além disso, atitudes e/ou ações como essas, da menina em questão, podem ser denominadas, entre outras coisas, de egoístas, egocêntricas e não empáticas. Não cabe aqui mencionar tudo o que a Ética abrange, entretanto cabe dizer que todo indivíduo que não age em conformidade com as regras sociais quando fura uma fila, fica com aquilo que não lhe pertence, mente, furta, é desleal e/ou não cumpre uma promessa, por exemplo, não age de acordo com princípios éticos. E, nessas circunstâncias, podemos dizer que a Ética possui relação com tudo aquilo que é correto, justo, íntegro, incorruptível, etc.

Na verdade, optei por primeiro indicar uma atitude antiética para depois mostrar exemplares que a refletem por julgar que assim poderia esclarecer com mais clareza esse tópico. Para tanto, é relevante deixar claro que, normalmente, as pessoas éticas são àquelas que não prejudicam e/ou não têm intenção de causar danos a si e aos seus semelhantes. Desse modo, todo sujeito responsável, age conforme a sua consciência, baseado nas boas consequências dessas ações e/ou atitudes para si e o seu entorno e, especialmente, pensa nos outros ao demonstrar o quanto suas atitudes e/ou ações não são isoladas, porque seu senso de coletivo é mais forte, logo esse sujeito não precisa, necessariamente, saber teorizar qual a definição de ÉTICA, basta saber VIVENCIÁ-LA.

Ana Paula Emmendorfer (Professora de Filosofia e Lógica – Doutora em Filosofia/Unisinos-RS)

Foto: Pixabay

Siga no Facebook: facebook.com/logosreis/

Siga no Intagram: instagram.com/logosreis/

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.