Editorial

50 anos de História comemorados no Dia do Trabalho

Em comemoração ao dia do trabalhador, trazemos essa homenagem. Vilmar Rickes, atualmente, está aposentado. É inspiração para muitos e principalmente, para quem convive com essa pessoa tão especial. Ele completou mais de 53 anos de atuação na mesma Empresa. Coisa rara de se ver. É exemplo de luta, dedicação e demonstração de que com o passar dos anos, ninguém deixa de ser “útil”. Afinal, toda sua experiência é ainda motivação.

Essa entrevista foi feita em 2014, quando ainda era estudante de Jornalismo, para 0 Em Pauta-UFPEL.

Aos 75 anos de idade o Gerente da transportadora Primavera Vilmar Rickes é raridade nos dias de hoje. O avanço da modernidade, a concorrência no mercado de trabalho e a mudança de algumas empresas por funcionários mais jovens, não abalaram a vontade, e experiência dedicados durante quase 50 anos ao serviço de logística.
Vilmar Rickes, nascido em 17 de fevereiro de 1939 é modesto. O gosto pelo chimarrão jogo de paciência, churrasco e futebol são apenas um passatempo. Para ele, bom mesmo é trabalhar, sentir-se útil, “Se eu parar com a idade que eu estou o que vai ser de mim? Preciso continuar fazendo alguma coisa, então, continuo trabalhando.”.
O seu Vilmar, como é conhecido ultrapassou várias gerações e conviveu com inúmeras situações econômicas. Morou em Porto Alegre, Cachoeira do Sul até ficar em Rio Grande desde Julho de 1986. A excelente memória para resgatar o passado e guardar as datas é testemunha de que a idade não é nenhum empecilho para suas atividades.
Vilmar orgulha-se do tempo em que iniciou sua trajetória no setor de transportes. “Minha carteira foi assinada em 01 de maio de 1964. Naquele tempo no dia do trabalhador era feriado facultativo.” Iniciou sua carreira no grupo Ri-Gran-Sul, dois anos depois, o grupo se separou e tonou-se a Transportadora Ri-Gran-Sul de Frontino Rosa e Transportadora Ri-Gran-Sul de Sebastião Caminha Veleda. Conheceu sua esposa Sandra em Porto Alegre com quem teve 3 de seus 4 filhos.
Vilmar sente que trabalhar em uma Empresa que não deve para os funcionários e nem para seus parceiros é um orgulho. O que lhe motiva a trabalhar todos os dias é o respeito dos colegas e funcionários que sempre buscam aprender algo novo. Cita como exemplo, a secretária Mara, que faz faculdade na área de logística. “Ela sempre me pergunta sobre a parte prática do trabalho. Porque, o que ela aprende na faculdade é a teoria e aqui ela consegue perceber o resultado do serviço. Ela aprende muito com a questão de armazenamento e manuseio da carga”.
Seu Vilmar considera que um dos trabalhos mais difíceis é a parte operacional, onde se lida com a distribuição e cuidado com a carga. “No transporte todo o dia se aprende algo novo. Aprendi o que é importante para deixar o cliente satisfeito. Temos que saber lidar com as situações adversas como o trânsito que está cada vez pior e as novas legislações. Em São Paulo e Rio de Janeiro não são todos os horários que podemos circular. E isso ás vezes atrapalha muitas entregas”.
Em 1998 foi morar em Porto Alegre porque a empresa estava praticamente fechando as portas. Carregava-se apenas um caminhão por dia, volume considerado pequeno neste ramo. Recebeu a proposta de hospedar-se em um Hotel e visitar minha família em Rio Grande de quinze em quinze dias. Então, sugeriu ao seu chefe Frontino, que ao invés disso, morasse em Porto Alegre. Fontino, então propôs uma comissão em cada trabalho. “No inicio foi difícil, mas depois, consegui levantar a empresa e já estava ganhando bem”.
O excesso de dedicação e trabalho também lhe causou alguns problemas na vida: “ Como trabalhava muito, e sempre me envolvi na parte operacional, acabei causando uma distensão na perna, que me levou de volta para Rio Grande em 2001”.
O gosto por chegar cedo ao trabalho também lhe preenche o peito de orgulho. ”Sempre fui eu que abri as portas na Empresa e só atrasei uma vez quando em Porto Alegre abria às 07h30 min e eu abri às 07h31min”.
Saudoso, relembra com satisfação os churrascos que fazia com os colegas da empresa e seu chefe na época o Frontino. Para Vilmar, o fato que mais lhe marcou foi a promoção que recebeu. No período de 1964 a 1968 era carregador. E em 13 de novembro de 1968 foi promovido a gerência.
Vilmar explica que no transporte sempre ocorre atraso de carga com o caminhão, em alguns lugares não é possível fazer a entrega conforme programado. Algumas empresas possuem regras que impedem a descarga em determinados horários. Segundo ele, o que atrapalha também, é que às vezes as pessoas não entendem o trabalho. Contudo, diz que se sente muito satisfeito, principalmente, porque as pessoas lhe respeitam. “Me sinto feliz por continuar sendo útil” exclama.
A dificuldade para poder estudar, lhe permitiu concluir apenas até a 4ª série do Ensino Fundamental. Mas, a sabedoria em sempre querer aprender algo mais e ter respeito por todos lhe garante até hoje a posição de Gerente da Filial em Rio Grande.

Jornalista Thuanny Cappellari – Equipe Rio Grande TEM

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