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Professor da FURG é o primeiro brasileiro a ingressar na Academia de Ciências da Rússia

Osmar Möller recebeu o título honorífico nesta última terça-feira (10)

Fundada em 1724 pelo imperador russo Pedro I – apelidado como Pedro, o Grande – a Academia Russa de Ciências (ARC) é uma das instituições científicas mais antigas e prestigiadas do mundo. Com sede em Moscou e centros regionais espalhados por diversas cidades da Rússia, a academia reúne renomados cientistas ao longo de sua história, como Dmitri Mendeleev, o criador da tabela periódica.  Nesta última terça-feira, 10, o professor da FURG, Osmar Möller, alcançou a façanha de ser o primeiro brasileiro a ingressar na entidade.

“O fato de ser membro estrangeiro da Academia de Ciências da Rússia é um título honorífico pelo qual me sinto extremamente honrado. Todo o processo é bastante concorrido. Minha trajetória e história foram avaliadas em várias instâncias até que, no final de maio, fui eleito pelo voto dos membros da Academia”, explica o docente.

Especialista em oceanografia física, Osmar é professor do Instituto de Oceanografia (IO), onde desenvolve atividades de ensino e pesquisa na área de Oceanografia Física, com foco especial na circulação de águas estuarinas e de plataforma. Sua extensa carreira se mistura com a cooperação internacional junto à oceanógrafos russos, que, há mais de 30 anos, fomenta e incentiva inovações técnicas para ambos os países.

Para Osmar, sua indicação à ARC se dá por uma combinação de dois fatores: o reconhecimento obtido pelo trabalho desenvolvido nessas três décadas de cooperação internacional com cientistas russos; e a sua produção científica e história na área. “Essa longa história de cooperação teve início com a chegada de um pesquisador russo na FURG, que atuou como professor visitante no então Departamento de Física da Universidade, cujo nome é Peter Zavialov. Hoje ele é vice-diretor do Shirshov Institute of Oceanology, instituição vinculada à Academia Russa de Ciências. Zavialov é membro da Academia, e eu fui indicado por ele”, conta o professor.

Após receber o diploma de membro da academia, Osmar realizou uma palestra no Shirshov Institute of Oceanology, nesta quarta-feira, 11. “Já fiz várias palestras no instituto, mas essa foi a mais importante”, ressalta.

Trajetória

Desde 2002, Osmar atua em diferentes projetos de pesquisa com cientistas russos, organizando cruzeiros oceanográficos na plataforma continental e na Lagoa dos Patos, além de ter participado também de expedições científicas lideradas por russos. Essas saídas de campo envolveram pesquisas em mares internos, como o Cáspio, com base em Aktau no Cazaquistão e no Lago Sagrado do Quirguistão.

Na FURG, o professor ocupou uma série de cargos administrativos importantes; foi chefe do antigo Departamento de Física, e, após a reformulação das unidades acadêmicas e administrativas, foi vice-diretor e diretor do Instituto de Oceanografia, além de coordenador do Programa de Pós-graduação em Oceanografia Física, Química e Geológica (atual PPGO). Soma-se a isso a sua liderança em diversos projetos de pesquisa embarcada, o que faz com que o docente receba recorrentes convites para liderar ações desse porte.

Mais recentemente, em 2024, Osmar finalizou um projeto financiado pelo CNPq que envolvia uma contrapartida com pesquisadores russos em um cruzeiro para a coleta de dados na Lagoa dos Patos.

“Agora estamos conversando sobre os próximos passos, visando estreitar e fomentar cada vez mais essa interação entre Brasil e Rússia, que se dá oficialmente através de acordos de cooperação firmados entre a FURG e o Shirshov Institute of Oceanology. Essa parceria já existe há mais de seis anos, e, em 2024, o acordo foi renovado para mais uma temporada de ações em conjunto”, estima o professor que, ao avaliar o impacto de sua nomeação, espera incentivar e motivar pesquisadores brasileiros para buscar os mecanismos dispostos pelo acordo de cooperação vigente para estabelecer pesquisas e relações com o instituto russo.

Secom FURG

Foto: Divulgação

 

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