Médicos da UPA Junção anunciam paralisação parcial dos atendimentos a partir de 30 de maio
Somente casos de urgência e emergência serão atendidos; pacientes com menor gravidade devem buscar as Unidades Básicas de Saúde (UBSs)
Em decorrência dos constantes atrasos no pagamento dos honorários médicos e da ausência de garantias concretas de regularização por parte da empresa contratante, IBSaúde, os médicos da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Junção, em Rio Grande, decidiram em Assembleia Geral Extraordinária, realizada no dia 12 de maio, restringir os atendimentos aos casos classificados como de urgência e emergência* a partir da sexta-feira, 30 de maio de 2025.
A deliberação foi unânime e ocorre após meses de negociações e promessas não cumpridas, que já haviam motivado movimentos semelhantes no início do ano. Conforme definido em assembleia coordenada pelo Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers) e o Sindicato dos Médicos de Rio Grande (Simerg), os profissionais deixarão de atender as fichas verdes e azuis, ou seja, casos de menor complexidade, como dores leves, sintomas gripais, demandas administrativas e queixas sem risco imediato à vida.
Diante da situação, os pacientes com sintomas que não configurem urgência ou emergência devem procurar atendimento nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs), que possuem estrutura adequada para esse tipo de demanda.
A decisão se dá após reiterados atrasos no pagamento dos médicos desde dezembro de 2024. Os valores de fevereiro, por exemplo, foram pagos parcialmente, e os meses de março e abril seguem em aberto. Além disso, há relatos de ausência de contrato formal entre médicos e a empresa administradora, o que agrava ainda mais o cenário de insegurança jurídica e instabilidade no serviço prestado à população.
Na última reunião com a Secretaria Municipal de Saúde, realizada em 5 de maio, a gestão municipal informou que os pagamentos ao IBSaúde estariam condicionados à entrega de documentação pendente por parte da empresa. Entretanto, nenhuma garantia concreta foi apresentada aos médicos sobre a regularização dos seus honorários.
O Simers e o Simerg reforçam que permanecem abertos ao diálogo institucional e buscam, acima de tudo, preservar a assistência à população. Contudo, destacam que não é possível manter o funcionamento regular da unidade sem o mínimo de segurança contratual e financeira para os profissionais de saúde.
A população de Rio Grande deve estar atenta à nova dinâmica de atendimentos a partir do dia 30 de maio e procurar as UBSs para os casos de menor gravidade. A assistência a pacientes em risco de vida ou com necessidade de atendimento urgente seguirá sendo realizada normalmente na UPA Junção.
Ascom SIMERS
Foto: Divulgação
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