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HU-Furg participa do “Maio Vermelho” com atendimentos para prevenção do câncer de boca

Iniciativa reforça a importância da prevenção e do diagnóstico precoce da doença

O Hospital Universitário Dr. Miguel Riet Corrêa Jr., da Universidade Federal do Rio Grande (HU-Furg), participa da campanha “Maio Vermelho” com atendimentos voltados à avaliação de casos suspeitos de câncer de boca. A ação é voltada à avaliação de casos suspeitos de câncer de boca e ocorre no Serviço de Odontologia do Hospital. Os atendimentos são gratuitos e realizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

A iniciativa é realizada em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Rio Grande, que promoveu uma triagem inicial durante o “Dia D” da campanha. Vinte pessoas com suspeita de câncer de boca foram encaminhadas ao HU-Furg e já estão agendadas para atendimento entre os dias 28 e 30 de maio. As consultas serão focadas na avaliação clínica e, se necessário, na solicitação de exames bioquímicos pré-operatórios para possível realização de biópsia.

Além desses encaminhamentos, outras 20 vagas foram disponibilizadas para os dias 28 e 30 de maio, voltadas a pacientes identificados nas ações educativas que ocorrem nos dias 26, 27 e 29 de maio. Nessas datas, técnicas em saúde bucal do HU-Furg darão orientações nas salas de espera dos Ambulatórios do Hospital. A atividade é direcionada a pessoas que aguardam consulta, com o objetivo de informar sobre sinais suspeitos e reforçar a importância do diagnóstico precoce da doença.

A campanha “Maio Vermelho” busca ampliar o acesso ao diagnóstico precoce do câncer de boca, orientando a população sobre sinais de alerta, fatores de risco e a importância de procurar atendimento nas fases iniciais da doença. O HU-Furg atua em consonância com as diretrizes do SUS e em articulação com os serviços municipais de saúde.

Câncer de boca: sinais, fatores de risco e quando procurar atendimento

O câncer de boca é uma doença grave, mas que pode ser tratada com boas chances de cura se identificada precocemente. Muitas vezes, os primeiros sinais passam despercebidos ou são confundidos com feridas comuns. Por isso, entender os sintomas e os fatores de risco é importante para buscar atendimento especializado. A neoplasia pode atingir diferentes regiões da cavidade oral, como lábios, língua, gengivas e palato (céu da boca).

Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), a doença afeta cerca de 3,6 pessoas a cada 100 mil habitantes no Brasil, sendo mais frequente entre homens. O cirurgião de cabeça e pescoço e gerente de Atenção à Saúde do HU-Furg, Fábio Lopes, reforçou que “O perfil de maior risco são homens fumantes e consumidores frequentes de álcool. Esses dois fatores são responsáveis pela maioria dos casos”.

Além disso, outros fatores também aumentam o risco: o uso de dentaduras antigas e mal ajustadas, que causam feridas crônicas na boca; a exposição solar prolongada sem proteção, especialmente nos lábios; e, em menor escala, a infecção pelo vírus HPV, mais comum entre pacientes jovens. O principal alerta são as feridas na boca que não cicatrizam em até três semanas. “Essas lesões podem se apresentar como aftas persistentes, úlceras, nódulos, manchas esbranquiçadas ou muito avermelhadas. Mesmo que não doam, precisam ser avaliadas”, explicou Fábio.

A avaliação inicial pode ser feita por um dentista ou médico da Unidade Básica de Saúde, com um exame clínico simples. “Se houver suspeita, o paciente deve ser encaminhado para biópsia. Nem toda lesão será câncer, mas é preciso investigar”, destacou o cirurgião. O diagnóstico precoce depende, primeiro, da atenção da própria pessoa ao notar mudanças na boca, e depois da atuação dos profissionais de saúde na investigação e encaminhamento adequado.

O tratamento, quando necessário, é realizado por cirurgiões de cabeça e pescoço, podendo envolver cirurgia, quimioterapia e radioterapia. “Na maioria dos casos, o tratamento é cirúrgico. E, quanto mais cedo o diagnóstico, maiores as chances de cura. Em fases iniciais, a taxa de cura pode chegar a 80% ou 90%”, explicou Fábio. Ele lembrou que a língua é a região interna mais frequentemente afetada, enquanto os lábios são mais atingidos quando há exposição solar prolongada.

“Infelizmente, muitos casos ainda chegam em estágio avançado, o que reduz significativamente a chance de cura. Por isso, nossa maior ferramenta continua sendo a prevenção e a informação”, disse Fábio Lopes. Estar atento aos sinais do corpo, manter hábitos saudáveis e procurar atendimento médico ou odontológico diante de qualquer ferida que não cicatrize é um ato de cuidado e proteção com a própria vida.

Coordenadoria de Comunicação Social/Ebserh

Foto: Divulgação

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