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HU-FURG participa de reunião para divulgar pesquisa sobre tuberculose em crianças e adolescentes

Setor de Gestão da Pesquisa e Inovação Tecnológica em Saúde apresenta estudo a coordenadores das Unidades Básicas de Saúde da Prefeitura do Rio Grande

O Setor de Gestão da Pesquisa e Inovação Tecnológica em Saúde do Hospital Universitário Dr. Miguel Riet Corrêa Jr., da Universidade Federal do Rio Grande (HU-FURG), vinculado à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), participou da Reunião dos Coordenadores das Unidades Básicas de Saúde (UBSs) da Prefeitura Municipal do Rio Grande. A ação, realizada em 7 de outubro e em parceria com o Programa Municipal de Controle da Tuberculose, teve como objetivo apresentar a pesquisa “Prevalência Nacional de Agentes Respiratórios em Crianças e Adolescentes” e ampliar a participação de crianças e adolescentes que buscam atendimento na rede básica de saúde.

O estudo, realizado em parceria com o Hospital Moinhos de Vento, busca identificar a prevalência de tuberculose em menores de 15 anos. A fase hospitalar foi concluída em 2024, e atualmente o estudo está em sua etapa ambulatorial. São incluídos participantes entre seis meses e 15 anos que apresentem quadro clínico suspeito de tuberculose pulmonar ou radiografia compatível com tuberculose intratorácica.

Durante a reunião, os profissionais das Unidades Básicas de Saúde receberam informações sobre os objetivos do estudo e o fluxo atualizado para atendimento dos participantes. Segundo o chefe do Setor de Gestão da Pesquisa e Inovação Tecnológica em Saúde (SGPITS) do HU-FURG, Luis Fernando Guerreiro: “O SGPITS estabeleceu uma importante integração com a Secretaria Municipal de Saúde, com o objetivo de ampliar a divulgação do estudo nas UBSs. É fundamental destacar que as UBS têm papel estratégico na identificação precoce de crianças com suspeita de tuberculose (TB) na comunidade”.

Entre as ações que podem ser adotadas, como detalhou Guerreiro, “destacam-se a busca ativa de casos, por meio de visitas domiciliares e triagens em locais estratégicos, como escolas, creches e abrigos, a fim de identificar crianças sintomáticas respiratórias ou com histórico de contato com pessoas com tuberculose; e o monitoramento e registro sistemático, que consiste na manutenção de registros atualizados dos casos suspeitos, dos contatos investigados e dos exames realizados, permitindo o acompanhamento da situação epidemiológica local e a implementação de medidas de controle oportunas”.

Além disso, ele ressaltou que “outra estratégia essencial é a capacitação das equipes de saúde, promovendo o treinamento de médicos, enfermeiros, agentes comunitários e demais profissionais para reconhecer os principais sinais e sintomas da doença em crianças”. Entre os sintomas estão: tosse persistente por mais de duas semanas, febre prolongada, perda de peso, inapetência e contato prévio com casos confirmados de tuberculose. “Essas ações, de forma integrada, fortalecem a vigilância e contribuem significativamente para o enfrentamento da TB infantil no âmbito comunitário”, afirmou.

O enfermeiro da Educação em Enfermagem/Pesquisa e pesquisador do estudo na Unidade de Gestão da Pesquisa, Lizandro Pereira Miranda, acrescentou que “em muitas situações há dificuldade de acesso a exames que complementam o escore clínico, como o raio-X de tórax, testes laboratoriais e o teste tuberculínico, o que pode prejudicar a confirmação diagnóstica. No entanto, por meio deste estudo, é possível oferecer, em um mesmo local, a realização do raio-X de tórax, do teste molecular rápido (GeneXpert – exame de escarro) e da prova tuberculínica (PPD)”.

Os resultados desses exames ficam disponíveis entre 48 e 72 horas, detalhou Miranda, “permitindo que sejam feitos os devidos encaminhamentos ao serviço de tuberculose do município ou ao pneumologista da instituição, garantindo agilidade no diagnóstico e continuidade do cuidado. O estudo TB-PED desempenha um papel fundamental na formação e capacitação dos profissionais de saúde do SUS, ao promover a integração entre pesquisa, prática assistencial e vigilância epidemiológica”.

Ainda segundo o pesquisador, “ao participar do estudo, profissionais, pesquisadores, alunos e bolsistas de programas de iniciação científica são treinados na aplicação de protocolos clínicos e laboratoriais padronizados, aprimorando suas habilidades para o reconhecimento precoce dos sinais e sintomas de tuberculose em crianças e adolescentes. O estudo também estimula a articulação entre a universidade, os serviços de saúde e as equipes de atenção básica, criando um ambiente de aprendizado contínuo e colaborativo dentro do SUS. Ao evidenciar a ocorrência da tuberculose em faixas etárias frequentemente negligenciadas, o TB-PED reforça a importância da vigilância ativa e da abordagem integral da criança e do adolescente”.

Saiba mais sobre o estudo

O estudo investiga a tuberculose ativa e latente por meio do escore clínico do Ministério da Saúde, testes tuberculínicos, radiografia de tórax, dosagem de IGRA e testes moleculares (Xpert MTB/RIF ULTRA). O objetivo é identificar a técnica mais acurada e avaliar o desempenho de novos testes no Sistema Único de Saúde (SUS). Além disso, o estudo identifica vírus e bactérias respiratórios que podem se associar às infecções do trato respiratório inferior, independentemente ou em conjunto com a tuberculose, por meio de painel multiplex em amostras laboratoriais.

O estudo abrange 25 estados brasileiros e o Distrito Federal, com parceria de 23 instituições de saúde e educação, além da Universidade McGill, do Canadá. A previsão de conclusão do estudo é até 2026.

Secom FURG

Foto: Freepik

 

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