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Projeto Cuidar completa um ano nesta quinta-feira, 13

Iniciativa oferece atendimento psicológico online à comunidade no período de pandemia

Idealizado no fim de abril do ano passado e em atividade desde maio de 2020, o projeto Cuidar, do Centro de Atendimento Psicológico (CAP) da FURG, completa nesta quinta-feira, 13, um ano de atuação. A proposta surgiu como uma resposta rápida às mudanças estruturais que o contexto pandêmico impôs, como o fechamento temporário da Clínica de Psicologia, o que deixou um espaço vazio neste que é uma das importantes ferramentas da instituição para o cuidado da comunidade acadêmica e externa. No total, 34 psicólogos voluntários já atuaram na iniciativa.

“Com o fechamento temporário da clínica de psicologia, em razão das medidas de proteção à saúde e distanciamento social, a gente ficou sem esse que é um serviço muito importante. As pessoas ficaram desassistidas e o sofrimento não parou; e daí surge o projeto cuidar”, explica Lauro Demenech, psicólogo da FURG e um dos idealizadores da proposta. A ideia inicial era convidar psicólogos egressos da universidade, para que se voluntariassem e oferecessem esse atendimento em caráter remoto.

Segundo Lauro, rapidamente a iniciativa foi liberada pelo Conselho que rege a prática da profissão. “Os estagiários não poderiam atuar, mas os profissionais formados sim. Então começamos com uma equipe que só foi aumentando ao longo do tempo”, complementa.

Atendimento

Inicialmente, foi traçado o perfil de pacientes e casos que seriam atendidos pelo grupo, o qual destaca pessoas mais vulneráveis ao sofrimento psicológico, afetadas direta ou indiretamente pela pandemia, com perdas objetivas. como familiares e entes queridos, ou perdas subjetivas, como projetos e planos de vida. “Também eram atendidos profissionais da saúde que estavam na linha de frente do combate ao vírus, em um momento sem vacinação ou perspectiva de melhora”, adiciona Lauro.

Segundo o psicólogo, hoje são atendidos pacientes com múltiplas perdas. “Pessoas que perderam emprego, renda; que perderam os pais, os filhos; pessoas que ficaram internadas e desenvolveram questões relacionadas à ansiedade, estresse pós-traumático e assim por diante”, aponta.

O projeto oferece, ainda, em parceria com a Delegacia da Mulher, uma outra linha de atendimento psicológico, dedicada a mulheres vítimas de violência. Durante a pandemia, foi observado um aumento nos indicadores de violência doméstica.

Para entrar em contato com o projeto em busca de atendimento, é necessário enviar um e-mail para o endereço: lauro_demenech@hotmail.com

Impacto interno

Todas as quartas-feiras o grupo se reúne para um round clínico, uma espécie de reunião em que as ações da equipe são debatidas conforme pautas de atendimento e organização interna. Na última quarta-feira 12, foram incluídos três novos voluntários à equipe. “A ideia era de que este fosse um trabalho remoto e com vigência enquanto durasse a pandemia, e ninguém esperava que ela fosse durar tanto tempo. Por isso, expandimos o projeto e o abrimos para participação de profissionais formados também por outras instituições”, explica Lauro.

Para o psicólogo, a ação, por mais que esteja completando um ano de atividades, é uma iniciativa que está em constante desenvolvimento, e é reflexo da participação e intervenção de todas as pessoas envolvidas. “Estamos aprendendo juntos, capitaneados pela equipe da universidade, psicólogos e professores, em uma atividade extensionista”, conclui.

Para Carolina da Silva Peixoto, de 32 anos, e formada em Psicologia pela FURG em 2019, o projeto foi um importante suporte profissional e pessoal diante do cenário pandêmico instaurado. “Nos nossos encontros semanais dividimos experiências, anseios, estratégias, dúvidas, aprendizados. Essa troca é particularmente importante na prática clínica, principalmente num cenário tão novo”, relata a voluntária.

“O projeto se propôs ao cuidado das pessoas que nos procuram, mas também é um ambiente de cuidado para nós, terapeutas. A gente se cuida e tenta, na medida do possível, cuidar de quem está em sofrimento durante esse período da pandemia da Covid-19”, conclui a psicóloga.

Mariana Conceição dos Santos Guariento, também de 32 anos, é outra egressa da FURG, formada em 2016, e participa do projeto desde a primeira reunião. “O projeto também me proporcionou conexão com o voluntariado, que é uma área que eu já participo há alguns anos, mas de forma presencial. Em formato online, o projeto me deu a possibilidade de continuar atuando em emergências e desastres, nesse caso, na pandemia”, contextualiza a voluntária.

Segundo Mariana, a ação também pode proporcionar em sua vida uma conexão com seus colegas, professores e alunos da universidade; além da comunidade rio-grandina atendida pelo projeto. “Rio Grande foi o lugar onde morei por muitos anos e fiz minha formação. Atualmente resido em outro estado, mas, com o Projeto Cuidar, consigo prestar serviços para a comunidade local de Rio Grande e região mesmo estando a muitos quilômetros de distância”, declara.

O Projeto Cuidar é uma das inúmeras respostas da universidade diante da pandemia e que reforça o caráter social da FURG enquanto agente de transformação e apoio da comunidade local.

Assessoria de Comunicação Social da FURG

Foto: Logo/FURG

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