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Número de casos em Rio Grande volta a ter crescimento acelerado, aponta boletim sobre Covid-19

Informativo inclui previsões para o município e para Pelotas nos próximos 20 dias

Professores do Instituto de Matemática, Estatística e Física (Imef) da FURG e do Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS) divulgam novo boletim informativo sobre a evolução da Covid-19 em Rio Grande e Pelotas, incluindo previsões para o crescimento do número de casos. Segundo os docentes responsáveis, Sebastião Gomes e Igor Monteiro (Imef) e Carlos Rocha (IFRS), com relação à curva do número acumulado de casos, no dia 14 de abril Rio Grande apresentava crescimento acelerado, enquanto Pelotas apontava uma pequena desaceleração.

Os dados reais das cidades de Pelotas e Rio Grande (coletados até 14 de abril) possibilitaram identificações paramétricas e posteriores previsões para os próximos 20 dias, resumidas nas figuras.

Os pontos em vermelho correspondem ao número acumulado de casos reais, enquanto a curva em azul é a simulação com o modelo. A continuação da curva em azul para além dos pontos em vermelho corresponde à previsão para os próximos 20 dias.

O modelo prevê que Pelotas passará de 30.170 casos confirmados em 14 de abril para 32.904 em maio, enquanto Rio Grande passará de 13.454 casos confirmados no dia 14 de abril para 15.155 em 4 de maio. As previsões poderão se confirmar se não houver mudanças nas situações atuais dos municípios, principalmente correlatas ao isolamento social.

O parâmetro mais significativo de uma epidemia é o Índice de Reprodução Basal (R0). De acordo com o boletim, em 14 de abril Rio Grande estava com R0=1,10 (significa que 100 novos infectados infectam outros 110 indivíduos, caracterizando crescimento com aceleração positiva), enquanto Pelotas estava com R0=0,97 (significa que 100 novos infectados infectam 97 outros indivíduos, caracterizando crescimento com uma pequena desaceleração). O ideal é que o índice R0 esteja inferior a 1, provocando assim desaceleração no crescimento do número de casos. Para que isso ocorra, são necessárias medidas de prevenção, sendo a principal delas a ampliação do isolamento social. O distanciamento social em lugares públicos, o uso obrigatório de máscaras e atitudes frequentes de higienização das mãos também contribuem para a diminuição do índice R0, conforme apontam os docentes.

Um aplicativo desenvolvido pelos pesquisadores das duas instituições está disponível gratuitamente para download: o Simcovid (atualizado recentemente e está na versão 2.1), com o qual o usuário não precisa ser especialista em matemática ou computação para realizar suas próprias simulações e análises de cenários. O aplicativo pode ser baixado aqui. Os boletins sobre as situações de Pelotas e Rio Grande são disponibilizados no espaço Covid-19, da página do Imef. Neste espaço, estão disponíveis um livro e dois artigos científicos já publicados sobre a modelagem matemática que dá origem aos resultados apresentados no aplicativo e boletins informativos. O professor Sebastião também ressalta o trabalho dos estudantes da FURG Marina Zanotta Rocha (Engenharia de Automação), Ana Luíza Arcanjo (Matemática Aplicada) e Lucas Rosa (Engenharia Mecânica), que auxiliam na obtenção e organização dos dados reais utilizados no Simcovid 2.1.

Assessoria de Comunicação Social da FURG

Foto: Arte/FURG

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