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Novo Referencial Curricular vai destacar os povos que formaram o Rio Grande do Sul

O encontro de apresentação da diretriz curricular ocorreu nesta segunda-feira, no Auditório do Ministério Público, na capital

O Referencial Curricular Gaúcho, que será implementado nas escolas públicas e particulares do Rio Grande do Sul, a partir de 2019, tem o objetivo de fazer um resgate do conhecimento da história dos diferentes povos que formaram o estado. A proposta, direcionada para os estudantes da Educação Infantil e do Ensino Fundamental, é utilizar as produções pedagógicas da nova Base Nacional Comum Curricular (BNCC), relacionando os conteúdos com as temáticas tradicionalistas nas áreas de cultura, religiosidade, linguística, folclore e literatura.

O encontro de apresentação da diretriz curricular, que ocorreu na tarde desta segunda-feira (17), no Auditório do Ministério Público de Porto Alegre, contou com as últimas sugestões dos educadores para o envio da versão final do documento ao Conselho Estadual de Educação, no dia 26 de setembro.

Ensino Fundamental

No Ensino Fundamental, as competências incluem a leitura e a interpretação de textos variados sobre o folclore gaúcho, utilizando-se de diversos gêneros literários, como poemas, crônicas, contos e trovas gaúchas. Além disso, entre as principais propostas estão a de conhecer e analisar a influência dos indígenas, dos africanos e dos diferentes povos que colonizaram o Rio Grande do Sul, trabalhando os elementos que auxiliaram na formação arquitetônica, econômica, artística, religiosa, educacional e tecnológica do estado.

No 8º e no 9º anos do Ensino Fundamental, destacam-se também os conhecimentos sobre os movimentos contestatórios ao poder centralizado, como a Cabanagem, a Baianada, a Sabinada, a Rebelião Praieira, a Revolta Liberal e, em especial, a Revolução Farroupilha. Nas séries finais do Ensino Fundamental, haverá também o papel da população negra, em especial, sua atuação em movimentos sociais, na criação de uma imprensa especializada, e as primeiras manifestações artísticas durante a primeira metade do século XIX.

Educação Infantil

Na Educação Infantil, o diferencial ficará por conta do desenvolvimento da habilidade motora fina, através da confecção de fantoches, peões, prendas e brinquedos típicos regionais feitos com materiais recicláveis, como o bilboquê, o pião, o cavalo de pau e a pipa. Além disso, serão elaboradas apresentações musicais tradicionais gaúchas, fazendo o reconhecimento dos instrumentos tocados (violão, gaita, tambor).

Em sua saudação, na abertura do evento, o secretário estadual de Educação, Ronald Krummenauer, destacou que a evasão escolar e, consequentemente, o baixo rendimento dos estudantes nos indicadores educacionais, começa a ser combatido através da implementação de currículos como o novo Referencial, ou seja, mais atrativos e adaptados para a nova realidade do século XXI. “O trabalho integrado, realizado em regime de colaboração, é um grande passo para a qualificação do ensino público e privado do nosso país. Quero agradecer a todos que se empenharam na sistematização deste importante documento”, afirmou.

O presidente da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime-RS), Marcelo Augusto Mallmann, ressaltou o trabalho da Comissão Estadual de Mobilização para Implementação da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e do Referencial Curricular Gaúcho. “Não podemos deixar de lembrar este grande grupo de trabalho que superou uma série de dificuldades. Graças ao comprometimento de cada uma destas pessoas, nós temos o documento que será levado ao Conselho Regional de Educação”, disse.

A representante do Sindicato do Ensino Privado do Rio Grande do Sul (Sinepe-RS), Naime Pigato, afirmou que as escolas privadas estão atentas às mudanças da Educação e seguem firme no debate para a qualificação do ensino. “Estamos trabalhamos juntos para que os estudantes gaúchos, sejam de escola publicada ou privada, estejam cada vez mais capacitados”, destacou.

Conforme a diretora do Departamento Pedagógico, da Seduc, Sônia Rosa, o aluno do século XXI tem que desenvolver competências que vão além do processo cognitivo, por isso a necessidade de uma mudança na perspectiva curricular. “Nós temos o conceito, atualmente, de uma educação integral, que passa por habilidades emocionais e de qualificação do aprendizado”, relatou.

Presenças

Ainda estiveram presentes no evento, a representante da Comissão Estadual de Mobilização para Implementação da Base Nacional Comum Curricular e de elaboração do Referencial Curricular Gaúcho, Daniela Bolzan; o diretor do Departamento Administrativo da Seduc, Rogério Leal; a diretora-adjunta do Departamento Pedagógico da Seduc, Raquel Padilha; a assessora jurídica da Seduc, Virgínia Tietböhl; a coordenadora estadual da BNCC pela União Nacional dos Dirigentes Municipais (Undime), Marléa Ramos Alves, além de coordenadores e assessores pedagógicos das Coordenadorias Regionais de Educação (CREs), professores e membros do Fórum Estadual de Educação (FEE).

Referencial Curricular Gaúcho

Com o objetivo de criar uma base comum curricular integrada entre as redes municipal, estadual e privada, a Secretaria Estadual de Educação (Seduc), por meio do Departamento Pedagógico, buscou junto à União Nacional dos Dirigentes Municipais da Educação (Undime) e o Sindicato do Ensino Privado no Rio Grande do Sul (Sinepe/RS), a criação do Referencial Curricular Gaúcho. Com previsão de implementação em 2019, o novo projeto visa agregar temáticas regionais como história, cultura e diversidade étnico-racial, de forma complementar à Base Nacional Comum Curricular (BNCC).

SECOM RS

Foto: Diego da Costa/Seduc

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