Não defina o seu filho, exclusivamente, à um diagnóstico
Antes de ser autista, ele é como qualquer criança, cheio de personalidade, e dentro dela, algumas dificuldades.
É muito importante que você consiga distinguir uma da outra, para impor limites sempre que necessário.
Saber identificar o que se encaixa em birra ou se é uma dificuldade do autismo, para assim poder corrigir e ensinar.
A Duda, por exemplo, é uma criança carinhosa, mas quando contrariada faz birra, se joga no chão, chora, se magoa e nós sabemos que isso é uma maneira dela tentar conseguir o que quer, fazendo manha mesmo.
Buscamos repreender e ensinar o que é certo e o que é errado, e aqui usamos a conversa e quando necessário o “castigo” de alguns minutos para pensar e saber que a atitude dela é errada.
Mas por exemplo, quando é necessário esperar em uma fila, percebemos o quão nervosa ela fica e muitas vezes tem o mesmo comportamento que citei acima, mas aí sabemos que ela não faz por querer e sim porque é um comportamento típico dos autistas, e tentamos acalmar, sem repreender e mostrar que estamos ali e entendemos aquele sentimento.
Vocês conseguem entender o que eu quis dizer com isso? E a importância de ensinar o certo e o errado e, principalmente, saber conhecer o filho de vocês?
Não é porque seu filho foi diagnosticado, que todos os comportamentos dele estarão ligados ao autismo. É importante impor limites.
Esses dias me perguntaram como ensinei a Duda a pedir desculpas quando ela erra, e a resposta é simples. Sempre que ela erra, eu faço com que veja que está errada e sempre faço ela pedir desculpas, assim como quando eu erro, eu peço desculpas a ela também.
Com o tempo isso se tornou natural, e hoje ela consegue distinguir, na maioria das vezes, quando está errando e parte dela o pedido de desculpas, sem que eu precise falar nada.
Acredito que se eu não repreendesse, por ela ter um diagnóstico, e achasse que tudo é por conta do autismo, eu nunca teria esse resultado.
Além disso, as crianças são reflexo do que elas vêem e escutam, e eu particularmente não acredito na teoria do “faça o que eu digo e não faça o que eu faço.”
As crianças tendem a imitar nossas atitudes, nossas falas. Ensinem e ajam de acordo com o que vocês acreditam que seja a forma certa.
Autora: Alice de Leon
Foto: Arquivo Pessoal
Siga no Instagram: instagram.com/o_mundo.daduda/