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Ministros do Brics reafirmam importância da cultura para economia

O ministro da Cultura, Sérgio Sá Leitão, afirmou hoje (31) que qualquer projeto nacional de desenvolvimento econômico e social do século 21 deve incorporar a criatividade e a inovação. Presente no 3º Encontro de Ministros da Cultura dos Brics – bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul –, o ministro afirmou que a mudança de governo não afetará o nível de importância atribuído pelo Brasil ao bloco e lembrou que, em 2019, a presidência rotativa do bloco será do Brasil.

“Tenho o compromisso de apresentar à nova gestão uma proposta de planejamento de atividades culturais para o Brics para 2019, quando o Brasil assumirá a presidência rotativa do bloco, com destaque para o Festival de Cinema e Mercado das Indústrias Criativas, sem prejuízo de outras iniciativas que, tenho certeza, deverá propor o novo governo”, acrescentou Sá Leitão.

Durante a reunião, realizada em Maropeng, África do Sul, o ministro ponderou que, “quando se fala em criatividade e inovação, as atividades culturais se apresentam como uma potência econômica ainda reprimida e carente de melhor estruturação e apoio.”

Sá Leitão disse ainda que “as culturas devem estar próximas, em coexistência pacífica e interação permanente” e que espera afinação entre os países-membros do Brics, a fim de que o Novo Banco de Desenvolvimento (NBD) – instituição bancária do bloco – mantenha seus segmentos culturais em constante movimento.

Plano de ação

Ao final do encontro, os representantes dos cinco países assinaram a Declaração de Maropeng, Berço da Humanidade, em que reafirmam o papel da cultura enquanto geradora de desenvolvimento econômico. Também através do documento, os ministros ratificaram o compromisso com o Plano de Ação para a Implementação do Acordo entre os Governos do Brics para Cooperação no Campo da Cultura (2017-2021), assinado em julho de 2017, na China.

Além de Sá Leitão, também compareceram ao encontro os ministros da cultura da Rússia, Vladimir Medinsky; da Índia, Mahesh Sharma; e da África do Sul, Nkosinathi Mthethwa. A China foi representada pelo vice-ministro de cultura e turismo, Xiang Zhanglun.

A Declaração de Maropeng menciona ainda medidas de proteção ao patrimônio cultural, fazendo menção específica ao tráfico ilícito de bens culturais. Quanto ao assunto, Sá Leitão compartilhou com os presentes que o governo brasileiro está estruturando uma política nacional que visa a combater esse tipo de transação.

Produção audiovisual

No encontro, o ministro brasileiro também reiterou a importância de os países do bloco selarem um Acordo de Coprodução Cinematográfica e Televisiva, complementando acordos bilaterais já oficializados com Índia, China e África do Sul. “Falta-nos apenas assinar o acordo com a Rússia, cujas negociações já se encontram em estágio bastante adiantado. Mas, para avançarmos como bloco, considero fundamental um tratado que coloque os cinco países debaixo do mesmo guarda-chuva, com as mesmas regras,” afirmou.

Sá Leitão lembrou também que o Festival de Cinema, considerado um dos produtos da vitrine do Brics, chega à quarta edição no ano que vem, e será sediado no Brasil. O evento deve ser realizado na cidade de Niterói (RJ).

Indústria criativa

Em sua argumentação em defesa da economia criativa do Brasil, o ministro destacou que o país representa, na América Latina, o maior mercado de TV paga, vídeo sob demanda, feiras e eventos de negócios, jogos eletrônicos e música. De acordo com o Ministério da Cultura, as projeções de crescimento anual desses segmentos no Brasil até 2021 são superiores à da média geral da economia.

No caso dos jogos eletrônicos, o crescimento estimado é de 16,9% ao ano; do vídeo sob demanda, de 8,8%; da música, de 8%; do cinema, de 6,9%; e do entretenimento ao vivo, de 4,9%. “Esses são números que apenas confirmam o alto impacto da economia criativa para a geração de emprego e renda, além de instrumento para inclusão social, formação profissional e educação e inclusão para nossos jovens”, afirmou Sá Leitão.

Agência Brasil

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