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Estado analisa parceria com empresa que comanda maior porto fluvial do mundo

Missão chefiada pelo vice-governador Cairoli deu passo importante para avançar em complexo de logística intermodal

Uma visita da comitiva gaúcha que participa do Encontro Econômico Brasil-Alemanha ao maior porto fluvial do mundo, em Duisburg, nesta terça-feira (26), pode render melhorias na infraestutura portuária do Rio Grande do Sul. Recebida pelo presidente da alemã Duisport, Erich Staake, a missão chefiada pelo vice-governador José Paulo Cairoli deu um passo importante para avançar num complexo de logística intermodal (que envolve hidrovias, ferrovias e rodovias) no Rio Grande do Sul.

Ao agradecer a receptividade, o vice-governador disse que o Estado vê com muita importância o setor de portos e hidrovias, tanto que estava ali acompanhado do presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs), Gilberto Petry, e de dois secretários estaduais, Evando Fontana (Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia) e Susana Kakuta (Minas e Energia). “Estamos indo para o final do nosso governo, mas devemos dar andamento a projetos de Estado. Queremos dar essa contribuição e, quem sabe, até o final de ano já tenhamos esse projeto e ele possa servir ao próximo governo”, projetou Cairoli.

O vice-governador acredita em algo que contemple a bacia de rios no entorno da Região Metropolitana de Porto Alegre. Esse projeto integraria o Plano Estadual de Logística de Transportes (Pelt-RS), elaborado pelo governo do Estado através da Secretaria dos Transportes e lançado em maio de 2016. O estudo é uma ferramenta de planejamento para o transporte de cargas no Estado, com horizonte de 25 anos. Cairoli sugeriu que uma pessoa se encarregue, dentro do governo, para encabeçar o estudo, provavelmente alguém da área de transportes e infraestrutura.

O diretor da Duisport se colocou à disposição para enviar uma equipe técnica ao Rio Grande do Sul para fazer um estudo a partir dos objetivos definidos pelo Estado e pelo setor empresarial. “Gostaríamos de nos engajar em um projeto com o Rio Grande do Sul, mas sabemos das dificuldades enfrentados pelo Estado e pelo Brasil”.

A Duisport representa um conglomerado de aproximadamente 300 empresas trabalhando em sintonia, a metade delas de fora da Alemanha. “É um modelo de negócio de uma empresa de logística com o coração no porto”, afirmou Staake.

O representante da Duisport revelou ao grupo gaúcho que já conhece a estrutura do Estado, em especial a área do Porto de Rio Grande. “Poderíamos ligar o Porto de Rio Grande ao de Porto Alegre, com auxílio de ligação por trens e hidrovias menores com a zona de produção”.

“Nosso Estado tem um potencial pouco explorado do seu sistema de hidrovias. Essa possibilidade de parceria internacional pode fazer o RS avançar muito num sistema intermodal que faça a interligação entre o setor hidroviário, rodoviário e de ferrovias, em um futuro próximo”, projetou o secretário Evandro Fontana.

Para a secretária Susana Kakuta, “trata-se de uma grande oportunidade, não só em termos de logística, mas também de empregabilidade, conforme vimos aqui em Duisburg. Temos um amplo sistema possível de ser explorado e uma parceria como essa pode fazer avançarmos na velocidade necesssária”.

Polo de transportes

O maior centro produtor de aço da Europa fica em Duilsburg. A cidade detém um terço da companhia, que fatura 250 milhões de euros/ano – os outros dois terços são de propriedade do Estado de North Rhine-Westphalia. O complexo todo abriga cerca de 50 mil trabalhadores e tem faturamento na casa dos 3 bilhões de euros. Em nove terminais de contêineres multimodais, mais de 400 transportes são combinados semanalmente para mais de 80 destinos diretos na Europa e na Ásia, em um total de 3,7 milhões de contêineres anualmente.

SECOM RS

Foto: Marcelo Ermel /GVG

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